Toda essa frenética movimentação do senador Jorginho Mello, vencidos os processos de impeachment, de enquadrar Moisés da Silva na CPI da Covid para ouvir o governador sobre o escândalo dos respiradores, além de oportunismo puro, guarda um contrassenso gigantesco.
Senão, vejamos. A tal CPI – que também não passa de um circo oposicionista como pretexto para sangrar Jair Bolsonaro – só pode investigar situações que envolvam recursos federais.
A compra fraudulenta dos respiradores em Santa Catarina envolveu verba estadual. Significa que a competência para condução do inquérito e dos processos é do Ministério Público estadual e da Justiça estadual.
Tanto no campo criminal quanto no da probidade, fica tudo restrito à seara estadual. O inquérito só subiu para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por prerrogativa de foro de Moisés da Silva. Uma vez arquivada a investigação relativa ao chefe do Executivo estadual, todo o material retornou a Santa Catarina.
Neste contexto, se ficar confirmada qualquer presença de recurso federal diante da obsessão de Jorginho Mello pela oitiva de Moisés, isso pode acabar acarretando a possibilidade de se anularem todas as investigações sobre o escândalo dos respiradores.
Absolutamente tudo. Desde depoimentos, passando pelas provas colhidas, as buscas e apreensões, até as medidas cautelares já determinadas a suspeitos de envolvimento no escândalo.
O que seria péssimo para Santa Catarina, suas instituições e para a busca dos culpados pelo desvio dos milhões em recursos públicos.
Todo esse risco é real somente pelo objetivo pessoal de uma liderança em desgastar o governador com vistas ao pleito estadual de 2022. Brincadeira tem hora, senhores!
foto>Ag. Senado, divulgação