O senador José Serra, ex-governador de São Paulo, tem agenda hoje em Santa Catarina. Chega ao Estado por volta do meio-dia. Participa de reunião-almoço com a executiva do PSDB no Estado, depois concede entrevista coletiva na Assembleia, partindo, na sequência, para Lages.
Na terra de Raimundo Colombo, o tucano será a grande estrela do primeiro dia do Seminário de Desenvolvimento da Serra Catarinense, promovido pelo Correio Lageano e pelo Instituto José Paschoal Baggio.
Evidentemente que a presença de Serra, duas vezes candidato a presidente, vai trazer para a província as questões políticas nacionais, principalmente acerca das crises economia e política. E com a presidente Dilma que já estaria considerando a possibilidade de renúncia ante o fortalecimento da tese de impeachment. Mas, convenhamos, não tem nada a ver com seu perfil.
Neste cenário, o trio José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin têm disposições diferentes. O senador paulista seria favorecido com a queda da petista e a ascensão de Michel Temer (PMDB), de quem ele poderia ser o ministro da Fazenda, a exemplo do que aconteceu com Fernando Henrique Cardoso, quando foi recrutado por Itamar Franco logo após o impeachment de Fernando Collor, em 1992.
Já o neto de Tancredo Neves aposta na cassação de Dilma e Temer, fato que forçaria nova eleição. Surfando no recall do pleito de 2014, Aécio entraria na nova disputa como franco favorito. Enquanto isso, o governador Geraldo Alckmin gostaria mesmo é que a ex-mãe do PAC permanecesse no governo até o fim. Mas sangrando. Aí ele chegaria em 2018 com possibilidades de se impor internamente.
LULA E SERRA
O momento político é tão enviesado que José Serra e Lula da Silva convergem em pelo menos um ponto. Para o ex-presidente, também seria ideal a posse de Michel Temer após a degola de sua criatura. Assim, o ex-metalúrgico projetaria a possibilidade de voltar em 2018, como salvador da pátria, hipótese, convenhamos, pouquíssimo provável.
Foto: Julinna Granjeia, ag. O Globo, arquivo