Geraldo Alckmin está desembarcando do PSDB para disputar o governo de São Paulo justamente contra a atual “estrela” tucana, o governador João Doria. Outrora grão-duque do tucanato, Alckmin estuda se assina ficha no DEM ou no PSD.
É mais um golpe na estrutura partidária, que se esfacela à luz do dia. Muito também em função da falta de postura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O desgaste só aumenta no vácuo da veia lulopetista, ou lulofanática, de FHC.
Não bastasse o encontro recente e as declarações de apoio ao ex-presidiário, o ex-tucano-mor acaba de subscrever uma carta de apoio ao presidente argentino e canhoto Alberto Fernandez, que mergulhou o país vizinho numa crise definitiva.
O apoio ao companheiro vermelho mais ao sul enseja uma crítica dura à nova política fiscal estabelecida por Paulo Guedes em relação ao comércio com a Argentina.
Fanatismo de esquerda
Ou seja, FHC está atrelando à imagem à esquerda acostumada a pilhar as nações, empobrecendo a população e controlando a riqueza, distribuindo algumas migalhas aos miseráveis e permitindo generosos lucros pela via da corrupção a empresas e entidades cúmplices. Sem sombra de dúvidas, o PSDB caminha para a implosão.
Traidor da pátria
O FHC deveria apoiar a defesa dos nossos interesses, mas não passa a defender os interesses argentinos por causa da sua ideologia. E o Brasil que se dane. Essa é a esquerda. De Lula da Silva não se poderia esperar outra coisa, aliás.
Fiasco anunciado
Neste contexto, a tal candidatura de José Serra ao Senado, em São Paulo, por exemplo, tem tudo para ser um fiasco histórico a considerar-se, ainda, tudo aquilo que veio à tona em relação a ele, assim como ocorreu com Aécio Neves, o futuro do tucanato que nunca chegou.
Longa história
Para Alckmin, um dos fundadores do PSDB, não há outro caminho senão pular fora. Resta saber o que fará o governador gaúcho Eduardo Leite. Se seguir o mesmo caminho, caso tenha juízo, Doria vai segurar sozinho a alça do caixão.
Doria, o traidor
Sentindo-se traído, Geraldo Alckmin tem tudo para bater João Doria no pleito do ano que vem. Deve chegar ao segundo turno contra um canhoto tipo Guilherme Boulos ou Fernando Haddad, deixando o grupo do atual mandatário na estrada.
Prato frio
Será o troco à traição de Doria, que articulou para barrar a quinta candidatura de Alckmin pelo PSDB ao governo do principal estado brasileiro. Ele já administrou São Paulo por quatro mandatos e está louco para, pela via eleitoral, mandar Doria de volta para o setor privado. A trairagem da criatura para com seu criador certamente é uma motivação extra para Geraldo Alckmin enfrentar as urnas novamente.
Contra todos
Carece lembrar, ainda, que foi Geraldo Alckmin quem apostou no empresário João Doria para disputar as prévias tucanas para a escolha do candidato a prefeito de São Paulo em 2016.
Contra a vontade de FHC, José Serra, José Aníbal e Alberto Goldman, a fina flor, à época, do tucanato paulista. Doria elegeu-se no primeiro turno. Alckmin aconselhou e pediu para que o pupilo completasse o mandato, ficando no paço municipal. João Doria deu de ombros. Atravessou o processo, renunciando à prefeitura para conquistar o governo do estado. Não satisfeito, Doria virou as costas para Alckmin, agarrando-se a Jair Bolsonaro, no que ficou conhecido como o BolsoDoria.
Reflexos locais
Esse desmonte tucano no contexto paulista certamente trará reflexos a Santa Catarina, onde Paulo Bauer está fora do jogo e Napoleão Bernardes mudou-se para o PSD, concentrando o núcleo vivo do partido na cidade de Criciúma com o prefeito Clésio Salvaro e a deputada federal Geovania de Sá.
Dupla
Na Alesc, o PSDB conta com apenas dois deputados que tem características peculiares, com destaque para o perfil correto e comprometido de Vicente Caropreso, que já teve vários convites para sair da legenda. Permanece também em função da fidelidade partidária, mas avalia o futuro.
Fim de carreira
Sobraria Marcos Vieira, que, ao que parece, não estaria pretendendo continuar na política eleitoral. Ou seja, ou o tucanato se reinventa ou passará a integrar o rol de pequenas legendas a partir da próxima eleição.