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Deputado Fabiano se manifesta contra privatização da Eletrobras

O Plenário do Senado deve votar a proposta que trata da desestatização da Eletrobras (MP 1.031/2021), nesta quinta-feira (17), a partir das 10h. “A população já amarga os efeitos da pandemia e o consumidor final não pode sofrer ainda mais aumentos nas contas de luz”, manifestou o deputado estadual Fabiano da Luz (PT), líder da Bancada do PT na Assembleia de Santa Catarina. Tanto o texto original da MP quanto o PL substitutivo, aprovado na Câmara, vão gerar um tarifaço na conta de luz.

Os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Eletrobras estão em greve desde terça-feira (15), e o parlamentar reafirmou seu posicionamento pela imediata interrupção da tramitação da medida no Senado.

Em contato com o secretário da Intersul (Intersindical dos Eletricitarios do Sul do Brasil), Wanderlei Lenartowicz, o deputado acompanha a mobilização e articulação em Santa Catarina. “Todos os serviços essenciais para manutençãoo do fornecimento de energia e proteção à vida da população estão sendo mantidos de acordo com orientações do comando de greve”, contou o secretário.

Congresso não discutiu

“O Congresso não discutiu democraticamente a Medida Provisória. A sociedade e os trabalhadores da Eletrobras têm o direito de fazer parte desse debate através de audiências públicas e também da Comissão Mista de senadores e deputados”, segundo o deputado Fabiano.

Se aprovada a MP, ações da empresa serão vendidas no mercado e a União perderá o controle acionário. “E nós não podemos aceitar a venda do controle da Eletrobras, que hoje responde por cerca de 30% da geração de energia no Brasil. Não vamos compactuar com essa ameaça à soberania do nosso país.”

A Eletrobras é um dos maiores tesouros do país e o patrimônio deve ser preservado, assim como o povo deve ser respeitado, defendeu o deputado Fabiano.

Lideranças empresariais de Santa Catarina também manifestaram preocupação com o projeto de privatização da Eletrobras. A Federação das Indústrias do Estado declarou a veículos de imprensa que a sociedade não suporta mais alta no custo da energia e que a expectativa é de que o projeto seja alterado.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia da Grande Florianópolis (Sinergia) também disse que a aprovação da MP poderá resultar no fechamento da sede da Eletrosul em Florianópolis. “Para onde vão os trabalhadores?”, questionou o parlamentar.

Neste cenário nacional, a Intercel (Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina) também está preocupada com a manutenção da Celesc pública. “Nós fomos procurados pelas lideranças sindicais e realizamos uma conversa com o governador Moisés e as entidades. Felizmente, chegamos ao entendimento envolvendo os trabalhadores e o Estado de que a Celesc Pública é mais forte e eficiente. Diferentemente do governo federal, o nosso Estado não coloca em pauta a privatização desses serviços por reconhecer o trabalho realizado em Santa Catarina”, enfatizou o deputado Fabiano.

“O nosso papel continuará em defesa da Celesc Pública tanto no debate com o governo do Estado quanto na Assembleia. Os celesquianos e todos os eletricitários têm o nosso apoio principalmente em tempos horríveis de ataques aos trabalhadores e às empresas públicas.”

A MP tem até o dia 22 de junho para ser aprovada pelo Senado, caso contrário seus efeitos perdem validade.

Foto: Luca Gebara