A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), confirmando que a competência para a condução das investigações da Operação Alcatraz é da Justiça Federal de Santa Catarina representa uma derrota política para o deputado Julio Garcia, ex-presidente da Alesc.
A juíza do caso, Janaina Cassol Machado, atua de maneira técnica e com rigidez nos despachos.
Outro mundo
Em Brasília, além da distância física de Santa Catarina, há ministros amigos de algumas figuras aqui do estado. O retorno da Alcatraz à 1ª Vara da Justiça Federal de Florianópolis é um complicador para o parlamentar que, num primeiro momento, havia dito que não disputaria mais eleições, posição que ele já estaria revendo ao emitir sinais, em contatos no Sul, de que pretende disputar o pleito de 2022.
Dúvida
Em que condições se daria agora este projeto político de Julio Garcia volta a ser uma grande incógnita. Até porque, o parlamentar continua com monitoramento e restrições impostas pelo Judiciário. Ele tem que se recolher às 23h e só poder sair às 6h da manhã de casa. Em caso de deslocamentos para fora da Capital, o juízo precisa ser comunicado. De três em três meses, Julio Garcia é obrigado a prestar contas ao Judiciário, enfim, o quadro, sob este viés, não é nada favorável ao deputado.
Volume
A partir da decisão do STJ, serão devolvidos para a primeira instância os autos de 76 processos da Operação Alcatraz, de 28 da Operação Hemorragia (investigação conexa) e de 17 processos sigilosos, que apuram o envolvimento de pelo menos 80 pessoas em esquema de desvio de recursos públicos do governo estadual. A decisão do relator do caso, o ministro Herman Benjamim, atende a pedido do Ministério Público Federal, em parecer assinado pelo procurador-geral da República em exercício, Humberto Jacques de Medeiros.