A presidente da República, Dilma Rousseff, que já entrou para a história por ter feito absolutamente o contrário das promessas de campaha durante o primeiro ano de seu segundo reinado, conseguiu, com apoio fundamental do ex-presidente Lula da Silva, chegar a este domingo, 16 de agosto, um pouco menos débil. Politicamente falando, claro. Após a aliança estratégica com o notório Renan Calheiros – que tem uma ficha corrida de fazer inveja – ela aparentemente assegurou o apoio do Senado para barrar os petardos da pauta-bomba que virão da Câmara; e também frear qualquer ímpeto em direção a um eventual processo de impedimento. Como se sabe, o Senado é, por
excelência, a Casa revisora da Câmara.
Na semana que antecedeu o domingo de manifestações, previstas para começar hoje às 15h em Santa Catarina, a presidente também conseguiu mais 15 dias para “explicar” as pedaladas fiscais – manobras irregulares na contabilidade do governo e que aumentaram a dívida pública no ano eleitoral de 2014. Como em matemática dois mais dois sempre foram e sempre serão quatro, na verdade a ex-mãe do PAC ganhou mais um fôlego político para negociar e esfriar o ronco das ruas.
Por outro lado, os brasileiros chegam ao 16 de agosto – considerado por muitos como o Dia D para o segundo mandato da ex-guerrilheira – com a inflação batendo na casa dos dois dígitos; o desemprego em alta, salários reduzidos ou congelados, a produção e as vendas em queda; as taxas de juros na estratosfera e suspeitas de medidas ainda mais impopulares e extremas que estariam em gestação para os próximos meses, conforme se pode conferir em nota divulgada pela Federação dos Aposentados de Santa Catarina (abaixo. na íntegra). Uma fórmula explosiva que se for capaz de levar mais gente às ruas do que nas últimas manifestações pode colocar em xeque a frágil amarração política armada pelos próceres do próprio do PT e também do PMDB. No país, mais de 200 cidades devem registrar protestos na linha Fora, Dilma. Em Santa Catarina, a população deve ir às ruas em 22 cidades.
“PRESIDENTE DILMA QUER BLOQUEAR 13º DOS APOSENTADOS
A notícia, divulgada no site da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do Brasil – COBAP e na mídia nacional, de que Dilma Rousseff estaria se propondo a bloquear, nos bancos, o 13º salários dos aposentados caiu como uma bomba na Federação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Santa Catarina – FEAPESC.
O Presidente Iburici Fernandes ficou extremamente irritado com a possibilidade de mais de 33 milhões de brasileiros ficarem sem seus direitos.
“A madrasta do Brasil vai novamente prejudicar nossos aposentados. De fonte segura, sei que ela está utilizando os aposentados para fazer pressão no Congresso Nacional para fazer passar as medidas do ajuste econômico que estão em votação. Estão nos utilizando como moeda de troca. É inadmissível que isso aconteça. Não vamos deixar. Se estávamos avaliando nossa participação no movimento do dia 16, essa notícia gera uma imediata convocação para que todos os aposentados estejam na rua”, destacou Iburici.
Em contato com o Presidente da COBAP, Warley Gonçalles, a FEAPESC informou que não vai se calar diante da notícia. “É um contrassenso essa medida. Esse recurso do 13º é capital de giro para a nação, pois os aposentados poderão incrementar a economia nacional gastando este no comércio em geral. Comércio esse que está quebrando por falta de vendas”, afirmou Iburici. O Presidente da FEAPESC estará em São Paulo, nos dias 17,18 e 19 para uma reunião na COPAB, onde certamente o tema será um dos assuntos principais.”