Os deputados estaduais do MDB, contabilizando-se aí a suplente Dirce Heiderscheidt, que está no exercício do mandato enquanto Luiz Fernando Vampiro atua na Secretaria de Estado da Educação, estão fechadíssimos: prévias partidárias para definir o nome do Manda Brasa a governador só em 2022.
Esse posicionamento em bloco dos estaduais, liderados pelo presidente da Assembleia Legislativa, Mauro de Nadal (liderança que se consolida definitivamente a partir de sua condição à frente do Legislativo) é emblemático. Atualmente, este é o segmento mais forte do partido (um quarto das cadeiras da Alesc). Os 10 deputados contam com o apoio do senador Dário Berger, pré-candidato a governador. Embora o presidente do MDB-SC, deputado federal Celso Maldaner, também postulante à indicação partidária, manifeste o desejo de definir a situação em novembro, o quadro se complica ante a força da bancada estadual.
Os prefeitos do partido, em sua maioria, também olham com simpatia para o adiamento da disputa. Aos mandatários municipais interessa a sintonia dos deputados estaduais com o governador Moisés, bem como o encaminhamento das emendas federais tanto de Celso Maldaner como de Dário Berger.
Fechando portas
Se forem obrigados a posicionar neste momento, os prefeitos perderão em alguma frente, sem sombra de dúvidas.
Mesmo foco
O prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, está fechado com Maldaner. Quer as prévias em novembro porque também é pré-candidato e tem boas perspectivas de emplacar a esta altura do campeonato.
Instabilidade
Ocorre, contudo, que os bastidores estão fervendo e muita coisa ainda pode mudar. O cenário é de muita indefinição.
Sonho antigo
Por falar em sintonia, Moisés da Silva está muito, mas muito bem com o MDB. Convém lembrar que o governador segue sem partido.
Suponhamos que o trio emedebista não decole até março de 2022 e a maioria das lideranças emedebistas esteja convencida de que o melhor caminho seria receber Moisés em suas fileiras para o projeto de reeleição? Esta possibilidade, anotem, não pode ser descartada.
Unção
Evidentemente que se avançarem as conversas nesta direção, o governador não assinaria ficha no MDB para disputar prévias. Chegaria para ser o candidato do partido.
Outros partidos
Articulações neste sentido agradam alas do PSD e do próprio PSDB. Muito embora as duas legendas possam ter candidatos a presidente em 2022, assim como o próprio MDB, nada impediria uma convergência de forças num segundo turno em Santa Catarina.
In dubio
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou, na terça-feira (17), projeto de lei complementar (PLC) que extingue o voto de minerva no Tribunal Administrativo Tributário do Estado. Na prática, a ideia é que as votações empatadas sejam consideradas favoráveis aos contribuintes.
Pró réu
De acordo com o deputado Milton Hobus (PSD), autor do projeto, hoje as decisões têm um viés arrecadatório ao serem, na maioria, contra o cidadão. Ele justifica ainda que o tribunal deveria ser formado por servidores da Fazenda catarinense e por representantes da sociedade civil, mas ocorre que os presidentes desses colegiados, responsáveis por esse voto de desempate, são indicados pelo próprio Estado.