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Inocentado no caso dos respiradores, empresário desabafa

Jovem empresário catarinense, Amandio Silva Junior, que foi secretário da Casa Civil por 45 dias no turbulento período do início da pandemia, em 2020, foi inocentado pelo Ministério Público estadual no caso dos respiradores. Aquele dos R$ 33 milhões. Sofrendo calando durante todo este tempo, Amandio se manifestou em tom de desabafo. 

“Carta de Amandio João da Silva Júnior

Para um pai, ser a inspiração, ser a referência para seus filhos é um dos maiores orgulhos e legados de uma vida. Nos últimos meses, tudo que construí neste sentido pareceu ruir e virar pó diante das injustas acusações de participação no escândalo da compra de respiradores, em Santa Catarina. A sensação de ser julgado, de ser condenado por algumas pessoas mesmo seguro da lisura de meus atos, foi avassaladora. Fui alvo das investigações e como sempre acreditei, agora deixo este cenário com a decisão do Ministério Público do Estado de Santa Catarina de não oferecer qualquer denúncia contra mim.

Desde o meu afastamento da Casa Civil do governo do estado, em junho de 2020, optei pelo silêncio. Coloquei-me à disposição das autoridades e dei ao tempo, o senhor da razão, toda a confiança necessária. Em mais de um ano de investigações, minha vida foi revirada e devassada pelo aparato estatal. Ocorreram quebras de sigilos telefônico, bancário e fiscal. Figurei nas capas de jornais, no rádio, na televisão, nas redes sociais, nos aplicativos de trocas de mensagens. Cada apuração feita foi detalhada, mas a minha inocência, tenho certeza, jamais ganhará as manchetes e será destacada na mesma proporção.

O fato que culminou com minha saída do governo e as investigações, foi a divulgação de uma foto de reunião de cunho privado, sem qualquer ligação com a negociação dos equipamentos adquiridos e não recebidos pelo estado. A interpretação equivocada e fora de contexto, colocou-me também diante da Polícia Federal (PF), da Procuradoria Geral da República (PGR), da CPI, realizada pela Assembleia Legislativa e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Tenho certeza de que cheguei ao governo de Carlos Moisés da Silva – a quem admiro e respeito – pelos meus 18 anos de dedicação voluntária e boas marcas deixadas no associativismo empresarial catarinense. Destas organizações recebi todo o apoio e a motivação que me fizeram ingressar na vida pública, como adjunto da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE).

Em maio de 2020, depois de meses fora do governo, senti-me honrado com o convite pessoal do governador para assumir a Casa Civil; um dos cargos mais espinhosos e de maior responsabilidade do poder executivo. Fossem aqueles, talvez, os tempos mais difíceis da história recente na política catarinense. Ao invés de me apequenar, de lavar as mãos, enxerguei a oportunidade de ser parte da construção de um estado mais justo, ágil, dinâmico, realizador e próximo do cidadão. Jamais me arrependerei daquela importante decisão.

Como cidadão, desejo que o caso dos respiradores seja elucidado, com os recursos devidamente repatriados. A verdade precisa e deve prevalecer. Não apenas para condenar os responsáveis, mas para devolver – no mínimo – a dignidade a quem for inocente.

A vida me mostrou o que é trabalho, honestidade, solidariedade e cumplicidade. Que estes valores também sejam parte do meu legado. É hora de virar a página e seguir em frente.

Rio do Sul, 27 de agosto de 2021”

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