Repercutiu, nos bastidores, o apoio, entusiástico, que o prefeito da pequena Caxambu do Sul, Glauber Burtet, do PT, emprestou publicamente ao projeto de reeleição de Moisés da Silva.
Depois da fala do petista, durante evento governamental no Oeste, o alcaide fez aquela selfie com o governador.
A realidade é que por onde o governador passa, há aquele frenesi dos prefeitos. Burtet mandou um recado para os próprios dirigentes partidários, na linha do porque mexer em time que está ganhando?
Parlamentares também estão alinhados, especialmente os que têm prefeitos no seu arco de influência.
Nesta recente peregrinação pelo Oeste de Santa Catarina, foram quase R$ 85 milhões distribuídos. Os prefeitos nunca viram tanta verba estadual à disposição. Daí o entusiasmo.
Timing
Por isso a dificuldade do MDB. A bancada estadual e os prefeitos precisam dos recursos para suas bases e municípios, o que gera esse embate para a definição antecipada do candidato a governador pelo Manda Brasa.
Popularidade
Pergunta-se: o MDB vai acabar fechando com o governador? Há muitas variáveis neste cenário. Se as pesquisas, por exemplo, vão mostrar o governador com apelo popular.
Lembrar é viver
Voltemos a 2002. Esperidião Amin foi à reeleição, buscando o terceiro mandato. O progressista fazia excepcional gestão, muito melhor do que a primeira. Só que Luiz Henrique da Silveira levou a melhor, pegando carona na onda vermelha de 2002, com a eleição de Lula da Silva.
História recente
Em 2014, Raimundo Colombo era candidato à reeleição pelo PSD. Paulo Bauer, do PSDB, que era senador e estava na metade do mandato, disputou pelos tucanos. A recondução de Colombo estava absolutamente sob controle depois da instituição do Fundam, R$ 750 milhões a fundo partido distribuídos por toda Santa Catarina.
Por pouco
As pesquisas apontando Colombo com folga de 20% a 30% e por aí vai. Pois muito bem, quando se apuraram os votos, a surpresa: por 1,5% Bauer não foi para o segundo, embalado também pela onda tucana liderada por Aécio Neves.
Os exemplos estão aí. E a história, sabemos, costuma se repetir, pois administração e eleição nem sempre caminham juntas!
Farra sem fim
Temos hoje 33 partidos registrados no Brasil. É um grande negócio comandar sigla política neste país, considerando-se os fundões (sem fundo) eleitoral e partidário, chegamos à quase R$ 9 bilhões.
Donos do cofre
Bolada administrada como bem entendem os donos das legendas. Há dirigente partidário com avião, helicóptero, mansões e por aí vai. Uma farra sem fim. Com o quê? Com o nosso dinheiro, sai tudo do Orçamento da União.
Fila interminável
Na Câmara Federal, existem 27 siglas representadas. O que espanta mais ainda é o número de pedidos de registros de novos partidos, incluindo União Brasil, que poderá ser o resultado da fusão entre PSL e DEM. São 83 solicitações.
Até março, o TSE vai ter que apreciar tudo isso. Só mesmo neste país para chegarmos a um ponto destes.