O Centrão e a eleição em SC
Não resta mais a menor dúvida de que o Centrão (grupo de partidos fisiologistas que reúne algo em torno de 200 deputados federais) exerce forte influência não só na condução administrativa como também nos movimentos políticos de Jair Bolsonaro. No âmago desse grupamento está o Progressistas, que se destaca ainda mais no quesito influência presidencial. O ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e o presidente da Câmara, Arthur Lira, estão dando as cartas.
Os dois são do PP. Tudo leva a crer que o presidente vai retornar ao partido. Ele militou nas fileiras progressistas em 21 dos 28 anos de mandatos que cumpriu como deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Caso essa articulação se confirme, ela vai dar uma desarrumada geral no processo sucessório catarinense. Aqui tínhamos, ou temos, três grandes alternativas com potencial eleitoral. Moisés da Silva com o cofre abarrotado de recursos é um candidato natural à reeleição.
Jorginho Mello com a imagem e a atuação associada à do presidente Jair Bolsonaro, mesmo que ele não empreste apoio exclusivo ao senador.
Perfil
Também com o perfil testado na iniciativa privada e nas urnas, o prefeito de Jaraguá do Sul, uma cidade fora da curva, Antídio Lunelli. Independentemente dele concorrer pelo MDB ou não.
Mais uma
Com o presidente da República no PP, Esperidião Amin obviamente vai entrar de vez no jogo.
No contexto eleitoral e partidário porque ele passaria a ser também um nome em que a candidatura de Bolsonaro ficará atrelada.
Histórico
Se no cenário atual o senador já se assanha, imaginem depois do possível embarque de Bolsonaro no seu partido. Esperidião Amin disputou quatro vezes o governo de Santa Catarina. Em duas, foi exitoso. Nas outras duas, foi derrotado por Luiz Henrique da Silveira.
Evidentemente que uma hipotética candidatura de Amin estaria também atrelada ao presidente Jair Bolsonaro.
Artilharia
Isso reduz o poder de fogo de Jorginho Mello. Sob o aspecto eleitoral e geográfico, a entrada de Amin no jogo também enfraquece o projeto do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro. Por mais que seja um coadjuvante, ele veria mais distante sua pretensão de disputar o governo.
PT
Paralelamente a isso, alguns fatos políticos nesta semana. O ex-deputado federal Décio Lima esteve com o ex-presidiário Lula da Silva. Foi escalado para uma nova disputa. A tentativa é de buscar uma aliança de esquerda.
Movimento
Depois de Décio Lima, quem esteve em Brasília foi Cláudio Vignatti, presidente estadual do PSB, para uma rodada com o presidente nacional, Carlos Siqueira na companhia do ex-deputado federal Jorge Boeira.
Composição
O PSB se ensaia para uma candidatura ao governo. O PSB já fechou com Lula da Silva, assim como PCdoB. Pergunta-se: caso Dário Berger assine nas fileiras socialistas, assim como o próprio Boeira, poderia haver uma composição? Uma das vagas seria do PT e as outras duas, do PSB? A conferir, pois muita água ainda vai rolar debaixo dessa ponte.