Blog do Prisco
Coluna do dia

Abandono histórico

Repercute com muita força nos meios políticos e empresariais o grito do Oeste, o contundente manifesto de segmentos empresariais da região.

O documento foi divulgado na quinta-feira e se espalhou como um rastilho de pólvora. O estopim que gerou o desabafo oestino foi a desastrosa passagem da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, por Chapecó na semana passada.
Além de não fazer qualquer anúncio de ajuda aos produtores assolados pela seca, Tereza ainda fez graça. Finalizou seu discurso pedindo orações para puxar a orelha de São Pedro.
Convenhamos. A questão da estiagem é crônica na região que é o celeiro estadual. Vem de décadas. Entra governo, sai governo, em todas as esferas (federal, estadual e municipais) e o cenário é sempre o mesmo: descaso total, sem investimentos consistentes em infraestrutura. Há trechos de rodovias na região que mais parecem carreiros por onde costuma andar o gado nas fazendas. Uma vergonha.

Conversa mole

Todo o ano também alguém se atreve a levantar a bandeira das ferrovias. Conversa para boi dormir. Se não nem o investimento básico em rodovias, quem dirá para a construção de ferrovias.

Topo mundial

O Oeste de Santa Catarina é a região no mundo onde mais se produz proteína animal por metro quadrado. Não há nenhuma outra parte do planeta que produz tanto. Nem na Europa, nem na América do Norte, nem na Ásia, enfim, em nenhum outro lugar.

Força

O Grande Oeste é a locomotiva econômica do Estado. Deveria ser prioridade de todos os governos. Ocorre, contudo, justamente o contrário.

Cultural

A responsabilidade, registre-se, não é apenas de Jair Bolsonaro e Moisés da Silva. Tem que ser compartilhada com os sucessivos governos a partir dos anos 1980. Passou da hora de mudarem o olhar sobre o querido e aguerrido povo oestino.

Migração

Muito se tem falado em mudança de empresas para o centro do país devido à precariedade absurda da infraestrutura na região.
Isso vai gerar desemprego, perda de arrecadação, empobrecimento. O agronegócio impulsiona a indústria, o comércio e tecnologia.

Caminho de pedras

A BR-282, principal corredor econômico do Oeste, ficou de fora dos planos do governo estadual, que está injetando millhões nas duplicações das BRs 470 e 280.
Aliás, nem projeto há em Brasília para a remodelação da BR-282.
Outro ponto incompreensível é a falta de novos sistemas de armazenamento de água: açudes, poços e por aí vai.
Isso é fundamental, básico, mas também não se veem os investimentos.

Pacote

Mas não faltam só corredores para escoamento da produção do Oeste. Faltam hospitais, centros de pesquisas, aeroportos, melhores estruturas de comunicação e mais Segurança Pública.

Pioneirismo

O Oeste é uma região de desbravadores. Vamos lembrar somente de três, que marcaram época lá na primeira metade do Século passado. Saul Branadlize, fundador da Perdigão de Joaçaba. Atílio Fontana, junto com seu genro, Osório Furlan, da Sadia de Concórdia. Atílio foi vice-governador de Colombo Salles, deputado federal e senador.

Hours concours
Por fim, o nosso querido Plínio Arlindo de Nes. Outro nome da primeira grandeza de SC, fundador do Frigorífico Chapecó. Plínio foi tudo. Duas vezes vereador, prefeito, deputado estadual, presidente do Badesc e secretário dos negócios do Oeste, de 1969 até 1975.
Era uma unanimidade.