O cooperativismo consolida-se como uma das locomotivas da economia catarinense. As 255 cooperativas que atuam em diversas áreas tiveram, em 2021, uma receita operacional bruta da ordem de R$ 67,9 bilhões – um surpreendente crescimento de 37,32%, ou seja, mais de oito vezes a expansão do PIB brasileiro do ano passado (4,6%).
O levantamento é da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) e foi anunciado nesta semana pelo presidente Luiz Vicente Suzin e pelo superintendente Neivo Luiz Panho.
As cooperativas de todos os setores deram importante contribuição ao desenvolvimento catarinense em 2021. O agronegócio, mais uma vez, foi a locomotiva na geração de empregos, renda e produção de riquezas e contribuiu com 72% das receitas globais do sistema.
As receitas totais por ramos foram de R$ 48,7 bilhões para as 48 cooperativas agropecuárias; R$ 8,7 bilhões para as 65 cooperativas de crédito; R$ 5,9 bilhões para as 31 cooperativas de saúde; R$ 1,6 bilhão para as 39 cooperativas de infraestrutura; R$ 1,4 bilhão para as 16 cooperativas de consumo e R$ 1,3 bilhão para as 43 cooperativas de transporte. Outras 13 cooperativas de trabalho, produção de bens e serviços faturaram R$ 27,6 milhões.
As sobras do exercício ficaram estáveis na casa dos R$ 4,6 bilhões, variação positiva de 0,59%, maior parte delas – 53% – gerada pelo agronegócio. Os ramos com as maiores sobras foram o agropecuário (R$ 2,4 bilhões), crédito (R$ 1,4 bilhão), saúde (R$ 383,4 milhões), infraestrutura (R$ 195,7 milhões), consumo (R$ 73,7 milhões) e transporte (R$ 20,6 milhões).
O patrimônio líquido, no conjunto das cooperativas, cresceu 19,15% e atingiu R$ 23,9 bilhões.
A carga tributária não poupou as cooperativas. Em 2021 elas recolheram R$ 3,4 bilhões aos cofres públicos em impostos sobre a receita bruta, um crescimento de 26,5% em relação ao exercício anterior.
A evolução da geração de contribuições sobre a folha de pagamento foi de 28% em 2021, atingindo R$ 1,1 bilhão.
ASSOCIATIVISMO
Um dos dados mais relevantes do levantamento é a expansão do número de associados (cooperados) que cresceu 14,97% no ano passado com o ingresso de mais 454.084 pessoas. No conjunto, as cooperativas reúnem, agora, 3,4 milhões de catarinenses, ou, em números exatos 3.486.438 pessoas. Isso significa que mais da metade da população barriga-verde está vinculada ao sistema cooperativista.
As que mais atraíram associados foram as cooperativas de crédito que têm atualmente 2,6 milhões de cooperados, as de infraestrutura que atuam em distribuição de energia elétrica (400.346 pessoas), as de consumo (326.516) e as agropecuárias (79.698). As cooperativas de saúde têm 13.419 associados e, as de transporte, 5.608 cooperados.
As cooperativas também contrataram 11,8% mais em 2021 e criaram 8.734 novos postos de trabalho. Juntas, elas mantêm 82.769 empregados diretos.
AVALIAÇÃO
O presidente da OCESC enfatizou que as cooperativas catarinenses deram uma contribuição essencial para a retomada da economia em 2021. O ano foi difícil em razão do combate à pandemia, mas as cooperativas em nenhum momento deixaram de operar – sejam as agropecuárias, de crédito, de transporte, de saúde, de consumo, de infraestrutura etc. Mantiveram ininterruptamente as atividades e, em sua maioria, continuaram com os programas de expansão e investimentos.
Alguns fatores impactaram a competitividade e as margens de resultados, como a escassez de muitos itens industriais, a valorização do barril de petróleo e a crise hídrica (encarecendo os combustíveis e a energia elétrica), a falta de contêineres, a redução de linhas marítimas, a desvalorização do real, além do explosivo encarecimento dos insumos, especialmente milho e soja.
Luiz Suzin prevê que continuará expressiva a participação das cooperativas nas exportações do agronegócio, que respondem por mais de 70% das vendas catarinenses no exterior, decorrente da imensa presença das cooperativas nas cadeias produtivas de grãos, da suinocultura e da avicultura.