Blog do Prisco
Artigos

Acic 75 anos: compromisso com o futuro

Lenoir Antonio Broch, presidente da Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC)

Assumimos a presidência da Associação Comercial e Industrial de Chapecó nos festejos de seus 75 anos de fundação. Vamos honrar, com certeza, os princípios que levaram o pioneiro Serafim Bertaso e seus liderados a constituir a nossa ACIC em 1947 porque temos a consciência de que passamos a representar as mais arrojadas e dinâmicas classes produtoras de Santa Catarina que, abrigadas nesta instituição, prestam importante contribuição à história econômica, associativista e empresarial barriga-verde.

O empresário é um ator social que coloca capitais financeiros e talentos humanos a serviço de empreendimentos que, direta ou indiretamente, beneficiam a sociedade com a geração de riquezas e a ampliação do nível geral de empregabilidade. É um animador da economia, um articulador de recursos e de possibilidades. Não reivindica privilégios, mas também não aceita julgamentos anacrônicos.

Nunca, antes, na história da humanidade, as situações foram tão efêmeras. Nunca, antes, tantas ameaças e oportunidades bateram a nossa porta. Vivemos um processo acelerado de transformações que está mudando para sempre o mundo das organizações. Esse novo ambiente é marcado por profundas mudanças conceituais e tecnológicas.

Nossa prioridade é o combate às deficiências de infraestrutura do GRANDE OESTE que anulam os ganhos de eficiência e competitividade das empresas em geral e do agronegócio em particular, tornando mais oneroso produzir no oeste. O oeste precisa da duplicação da BR-282, da recuperação da BR-163 e de toda a malha rodoviária estadual (destaque para a crítica situação da SC-283), da construção de novos sistemas de suprimento de água, de novas subestações de energia elétrica e novas redes de distribuição, de gasoduto para gás de uso industrial, da qualificação dos aeroportos, do novo centro de pesquisa da Embrapa (para área de pastagens), de mais recursos para a saúde e das ferrovias Norte-Sul (Chapecó-Cascavel, braço da Ferroeste) e Leste-Oeste (São Miguel do Oeste-Itajaí).

A questão ferroviária merece destaque. A construção de ferrovias para escoamento da produção e transporte de matérias-primas para garantir o desenvolvimento e a competitividade da região oeste catarinense é uma reivindicação da ACIC há mais de 30 anos. Duas ferrovias são necessárias. Uma é a Leste-Oeste, ligando a região produtora oestina aos portos marítimos catarinenses. Essa é necessária para o escoamento da produção. Outra é a ferrovia Norte-Sul, ligando a região produtora de grãos do centro-oeste do País com Chapecó. Essa é essencial para garantir o suprimento de milho às agroindústrias do grande oeste catarinense.

Para estimular investidores a se interessar pelo ramal Chapecó-Cascavel um grupo de entidades catarinenses – Sindicarne/Acav, Acic, CEC, Faesc, Fiesc, Facisc e Ocesc, além da ABPA – desembolsou 750 mil reais para pagar um estudo de viabilidade econômica, técnica e ambiental para demonstrar a viabilidade do empreendimento. A execução desse projeto tornará suportável e megaoperação de transferência de grãos para Santa Catarina e dos produtos acabados para os portos do Paraná.

            O Brasil é um país repleto de contradições quando se trata da destinação do dinheiro público. Como explicar não termos uma ferrovia que custaria menos do que gastamos com o fundo eleitoral. Como explicar que não temos infraestrutura básica de transporte, saúde, educação, água e energia se gastamos mais de R$ 5 bilhões financiando os partidos políticos.

No plano institucional manteremos produtivo relacionamento com o setor público, mas não baixaremos a guarda de nossas bandeiras, quais sejam a reforma tributária, com simplificação do sistema tributário; reforma administrativa, com redução do tamanho do Estado brasileiro; programa de desburocratização para descomplicar a vida das empresas e dos cidadãos e a ampliação dos investimentos em infraestrutura. Precisamos de uma constituição realista e uma reforma educacional que nos permita de fato educar nossos filhos para os novos desafios do presente e do futuro.

Enfim, estamos engajados nas reformas estruturantes. Não importa se os novos tempos são de desafios ou de ameaças, os empresários estão comprometidos com o futuro.