Blog do Prisco
Manchete

Veio, viu e partiu

João Doria Junior é um profissional de marketing. Especialista. Até sua saída do mundo político, meteórica, aliás, foi um factoide de propaganda personalista.
No final de seu discurso desta semana, quando anunciou a desistência da candidatura à presidência, projeto que nunca teve respaldo popular ou político, um longo aplauso de uma claque previamente escolhida e lágrimas de crocodilo do ex-governador paulista. Um teatro patético, criado para passar um pouco de emoção, respeito a um sujeito que sai da vida pública pela porta dos fundos. Sua ascensão foi meteórica. Seu ocaso, além de meteórico é melancólico.
Ambicioso ao extremo, ele chegou à política em 2016, trazido por Geraldo Alckmin para evitar a vitória de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.
Ganhou e apenas um ano depois, Doria renunciou para disputar o governo do Estado também apoiado pelo esquerdista Alckmin. Ganhou outra vez.

Traição

E virou as costas para Alckmin em 2018, criando o bolso-doria, movimento que o levou a surfar a onda do 17 daquela eleição e deixando seu correligionário e padrinho político ao relento.

Contumaz

Doria quase traiu novamente, desta o seu vice, Rodrigo Garcia. Em março, João Doria ameaçou roer a corda e chegou a vazar que não renunciaria ao governo paulista em favor de Garcia. Foi forçado a deixar o Palácio dos Bandeirantes e agora foi abandonado pelo seu próprio partido. Experimentou do mesmo veneno que vinha destilando!

Estocada

O empresário Luciano Hang não perdeu a oportunidade para dar uma estocada em João Doria pelas redes sociais. Marcou o paulista em um post com o seguinte teor: “Caro ex-político João Doria, chegou o momento que você tanto esperava. Fique em Casa.” Doria fechou tudo em São Paulo via o famigerado lockdown. Impediu o povo trabalhador e empreender do maior estado do país de fazer o que ele mais gosta, trabalhar, produzir e ganhar dinheiro. Agora pagou o preço político do Fique em casa.

Confabulando

Michel Temer e Doria estavam articulando, na surdina, para o emedebista voltar ao jogo eleitoral. Ele na cabeça com Doria de vice. Dariam um belo chega pra lá na senadora Simone Tebet, o nome de momento na terceira e inviável via.

Gaúcho

O PSDB agora tem a opção de Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul. O cenário, contudo, é um verdadeiro balaio de gato. Não se sabe se os tucanos vão acabar bancando uma candidatura própria, se vão se dividir entre Bolsonaro e Lula (a maior parte tende para o presidente) ou se vão realmente compor com o MDB!

Freio de arrumação

Estava marcada uma reunião esta semana da via inviável, mas os tucanos jogaram o encontro para a próxima. Querem esperar a pesquisa e ver como aparecem os nomes colocados para então sentarem com o MDB e o União Brasil.

Vias transversas

O ex-mito petista vai tentar usar Geraldo Alckmin, que ficou no PSDB por 30 anos, para atrair mais peessedebistas à sua campanha.

foto>Cristiano Mariz, O Globo, divulgação

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