Blog do Prisco
Coluna do dia

MDB em frangalhos

MDB em frangalhos

O MDB de SC encontra-se irremediavelmente rachado. De um lado, o presidente Celso Maldaner e o pré-candidato Antídio Lunelli. Os dois contam com o apoio da esmagadora maioria das lideranças municipais do Manda Brasa.
No outro canto do ringue, a esmagadora maioria dos deputados estaduais e dos prefeitos que desejam apoiar a recandidatura de Moisés da Silva. O governador acenou com as outras duas posições majoritárias ao MDB em caso de aliança eleitoral.
A conferir se esta proposta se sustentará até a definição dos candidatos e alianças lá em agosto. Moisés ofertou as vagas de vice e ao Senado aos emedebistas.
A convenção do MDB, que é soberana, está marcada para 5 de agosto. Se Antídio Lunelli mantiver o nome até lá, vai ter que disputar com o grupo que deseja rifá-lo para fechar com o chefe do Executivo Barriga-Verde.

Fratura exposta

Ocorre que as disputas internas viraram fratura exposta. Senão, vejamos. Celso Maldaner marcou para 11 de junho, em Curitibanos, o lançamento da candidatura de Antídio Lunelli ao governo.

Atropelamento

A seu turno, o estafe mosaico do partido, liderado pelo presidente da Alesc, Moacir Sopelsa, chamou reunião de oito dos 15 membros da Executiva, esta semana. O octógono optou por uma autoconvocação do diretório estadual. A data é 9 de junho. Dois dias antes, portanto, do evento previsto para Curitibanos.

Reação

Com um detalhe: deliberou-se que nenhum outro evento partidário poderia ser realizado. Evidentemente que Celso Maldaner não vai aceitar isso até porque percebeu nessa decisão algo que o grupo adversário previu, que poderia ser a antecipação do lançamento de Antídio Lunelli para uma data anterior ao dia 9 de junho.

Judicialização

Trocando em miúdos: esse enfrentamento aberto tem tudo para acabar nas barras da Justiça. Independentemente de decisões judiciais, essa queda-de-braço já têm um perdedor: o MDB. O partido chegará à eleição em frangalhos, enfraquecido. A exemplo do ocorreu há quatro anos.
Os emedebistas não aprenderem as lições daquele fatídico 2018, quando Eduardo Moreira assumiu o Centro Administrativo com a renúncia de Raimundo Colombo. O lageano concorreu ao Senado. Moreira desejava disputar a reeleição, mas perderia na convenção para Mauro Mariani.

Não ajunta, mas espalha

Resultado: o governador de plantão não ajudou o correligionário. Pelo contrário, atrapalhou e isso contribuiu muito para a derrota de 2018, quando, pela primeira vez o MDB não chegou ao segundo turno em Santa Catarina.

Pule de 10

O maior partido do Estado vai perder protagonismo, independentemente do resultado. Até porque deveremos acompanhar uma eleição muito pulverizada, com vários nomes de centro e de direita. A conferir quantos postulantes vão, de fato, resistir até a campanha. Seguramente Mosiés da Silva estará no jogo. Filiou-se ao Republicanos. Outro nome consolidado é o do senador Jorginho Mello, do PL, partido onde está abrigado Jair Bolsonaro. Gean Loureiro também não tem volta. É União Brasil e PSD.

Ensaiando

Sem falar de Esperidião Amin, cujo futuro eleitoral ainda não está definido. Há, ainda, Odair Tramontin, do Novo, que tudo indica também estará com o nome nas urnas. Caso Antídio também dispute, teremos uma pulverização de nomes, o que transformaria em desalentadoras as perspectivas eleitorais do MDB, quase desastrosas.

Desunião

Esse cenário abre a possibilidade para as esquerdas chegarem ao segundo turno. A canhotada, contudo, também enfrenta dificuldades históricas para solidificar a propalada unidade de oito ou nove partidos. Mesmo avaliando-se que esta pode ser a grande chance da esquerda chegar, finalmente, ao round decisivo em Santa Catarina.

Os números

Ao fim e ao cabo, podemos estar caminhando para um quando de seis ou sete candidaturas a governador com relativa representatividade.