Coluna do dia

A aposta de Colombo

O ex-governador Raimundo Colombo deu uma cartada de mestre esta semana. Tacada que pode ter contado, ainda, com a participação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a quem o catarinense é intimamente ligado.
Colombo reuniu-se com João Rodrigues e o deputado Milton Hobus, que preside a sigla no Estado, e informou que momentaneamente está se retirando do processo.
Gesto que deu total liberdade para João Rodrigues conduzir as conversas no sentido de tentar viabilizar uma aliança tendo o prefeito de Chapecó na cabeça de chapa.
Há dias circulam nos bastidores as articulações dando conta de uma hipotética composição com João Rodrigues na cabeça, Gean Loureiro ou Clésio Salvaro de vice, e o empresário Luciano Hang concorrendo ao Senado caso se filie ao PP.
O alcaide chapecoense já se reuniu com o senador Esperidião Amin. Com o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, quem se reuniu foi o deputado Miltos Hobus, presidente do PSD. Aliás, Lunelli anunciou a renúncia para o dia 31 deste mês. A conferir se realmente ele deixará o cargo. O MDB ainda não tem aliados com vistas ao pleito deste ano.

Gastando saliva

O próprio Antídio Lunelli, mais o presidente do MDB, Celso Maldaner, e os deputados Carlos Chiodini e Valdir Cobalchini, também conversaram com lideranças do União Brasil e do PSDB.

Alô, alô

Ocorre que estes partidos, assim como o Podemos, não estão em linha direta com o Manda Brasa em Santa Catarina. Têm conversado muito mais entre si.

Opções

Podemos e PSDB podem até ficar com Moisés da Silva, que está no Republicanos. Ou num acordo com PSD, PP e União Brasil. No momento, é pouco provável que haja uma convergência com o MDB.

Tripé

Observe-se, contudo, que, no plano nacional, o PSDB, o MDB e o União Brasil já selaram um pacto. Quem aparecer melhor nas pesquisas de intenção de votos lá em junho poderia ser o candidato de centro, da terceira via. Acordo que poderia incluir até Sérgio Moro, do Podemos.

De cima

Os alinhamentos federais terão grande peso nas definições estaduais este ano. João Rodrigues está em grande dificuldade neste sentido. Ele vai fechar com Jair Bolsonaro. O dono da legenda, no entanto, Gilberto Kassab, só não vai anunciar apoio a Lula da Silva já no primeiro turno para não rachar o PSD nacionalmente.

Procura-se um candidato

Por isso Kassab atira para todos os lados em busca um nome para lançar à presidência. Nem que seja proforma. No segundo turno, ele vai se jogar nos braços do PT. O nome da vez para Kassab é o governador gaúcho Eduardo Leite, que tem recebido apelos para ficar no PSDB.

Palanque

Caso Leite seja o presidenciável do PSD, como ficaria Rodrigues negando apoio a um candidato originário do Estado vizinho?

Maestria

Essa cartada de Raimundo Colombo é inteligente. Primeiro porque vai ser muito difícil João Rodrigues selar um acordo com tanta antecedência levando-se em consideração os prazos fatais das convenções homologatórias e tendo somente 10 dias agora para construir um projeto sólido.

Fortalecimento

Se Rodrigues não obtiver êxito e permanecer na prefeitura, Raimundo Colombo volta para o jogo mais forte do que nunca. Não só dentro do contexto interno, no PSD, como também para entabular as conversações junto a outras siglas. Daí, pergunta-se: Como João Rodrigues, Julio Garcia e Eron Giordani poderiam se insurgir contra Colombo depois deste gesto praticado? A conferir!

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