Blog do Prisco
Coluna do dia

A capitulação de Bolsonaro

Jair Bolsonaro está perdidinho, perdidinho. Num dia ele chama o xerifão Alexandre de Moraes de canalha, afirmando que não vai cumprir decisões judiciais subscritas por ele e no dia seguinte publica uma carta tratando o sujeito como jurista e mestre, conversando com ele por telefone?
Deixando de fora alguns extremistas que pediam um golpe institucional, o fato é que muitos brasileiros que foram às ruas e bolsonaristas menos radicais também autorizaram o presidente, nas manifestações de 7 de setembro, a promover uma limpa no STF, começando pelo golpista dissimulado Luiz Roberto Barroso e pelo déspota aprimorado (e não menos golpista) xandão da esquerda.
Pela via institucional, pressionando-se o Senado, que é quem tem o poder de dar uma moderada, uma regulada nos excessos das supremas togas.
Esse caminho, legal e institucional, sempre foi a posição defendida pelo blog. Bolsonaro se entregou, capitulou num momento em que realmente havia o clima e as condições para mudanças no STF, um antro de ex-advogados amigos dos reis de plantão.

 

Xandão, o convicto
Depois da rendição do presidente, nós vamos ver a convicção jurídica de Moraes, que vai começar a soltar aqueles a quem perseguiu e mandou prender despoticamente, rasgando a Constituição tupiniquim. As perseguições ditatoriais e a censura a jornalistas e redes sociais devem cessar. Os inquéritos não vão avançar e acabou o jogo.
Ao qual o presidente da República se submeteu. Bolsonaro, ao que tudo indica, acabou eleitoral e politicamente.
Ainda há muita água pra passar embaixo da ponte, mas o cenário, cada vez mais, favorece uma candidatura de centro direita para enfrentar a esquerda neste país.

 

Temer, o poderoso
Ou então que Bolsonaro que lance Michel Temer, que foi quem redigiu o texto subscrito por ele. Algo surreal, registre-se. Jamais se viu um presidente da República chamar o antecessor para lhe redigir um texto, definindo sua capitulação, numa hora dessas. Jair Bolsonaro se apequenou, afrouxou.
Evidentemente que, como já pincelamos aqui, há condicionantes para a rendição em relação às arbitrariedades do ministro Xandão e as tramoias de Barroso com vistas ao golpe eleitoral de 2022. O STF também deve dar uma bela aliviada na barra dos filhos do presidente, além de outras situações que irão vindo à tona com o passar do tempo. Quem viver, verá!

 

Tacada de Ponticelli
As recentes filiações do vice-prefeito de Tubarão, Caio Tokarksi, e a do prefeito de Capivari de Baixo, Doutor Vicente, ao PL são movimentos claríssimos que têm como pivô o prefeito tubaronense Joares Ponticelli.
O alcaide se afasta de Esperidião Amin e sinaliza para um acordo com o senador Jorginho Mello, o dirigente do PL catarinense, com vistas a 2022.

 

PSD e MDB
Doutor Vicente era filiado ao PSL. Já o vice de Joares Ponticelli saiu das fileiras do PSD. Certamente entendeu que a eminência parda do PSD estadual, deputado Julio Garcia, está encaminhando a nau pessedista para fechar com o MDB, tendo Moisés da Silva como candidato à reeleição.

 

Disputa caseira
O governador não nasceu, mas fez toda sua carreira profissional e familiar em Tubarão, cidade com a qual é identificado e que hoje é administrada por Ponticelli.
No frigir dos ovos, o prefeito se afasta de Amin, com quem tem divergências históricas nas hostes do Progressistas, e marca posição em relação a Julio Garcia e ao PSD. Joares e Jorginho se conhecem há décadas e quase sempre mantiveram uma convivência pacífica ou próxima.