A condução do desembargador Ricardo Roesler, presidente do Tribunal de Justiça, na primeira sessão do tribunal especial do impeachment, foi muito firme e correta.
O magistrado parece estar sinalizando que sua atuação será pelo viés legalista, técnico, baseada no alicerce jurídico. Que é como deve agir um chefe de Poder Judiciário. Sobretudo neste colegiado que começou os trabalhos na sexta-feira, 25, e que tem uma paridade entre deputados e desembargadores.
Os parlamentares já queriam votar para afastar ou não o governador e a vice no dia 7 de outubro. Roesler, no entanto, estabeleceu que nesta data haverá apenas e tão somente a entrega e a discussão do relatório a ser elaborado pelo deputado Kennedy Nunes.
Decisão acertada do presidente do TJSC. No dia 14, uma semana depois, o próprio Tribunal de Justiça julga o mérito da ação que questiona o aumento salarial dos procuradores.
Só depois disso, muito provavelmente no dia 16 de outubro, o tribunal especial se reunirá para votar o relatório de Kennedy Nunes e decidir se Moisés da Silva e Daniela Reinehr serão afastados preventivamente por 180 dias.
Ou seja, Ricardo Roesler deixou muito que a condução agora não será no diapasão político nem no tempo que desejam os deputados.