Nos cumprimentos trocados pelos parlamentares em Brasília, na primeira semana de trabalho legislativo em 2016, percebia-se nítida preocupação e pouco otimismo. As vaias ao pronunciamento da presidente Dilma Rousseff – em que ela pedia apoio do Congresso Nacional para ressuscitar a CPMF –, os crescentes escândalos de corrupção e as intermináveis fases da Operação Lava Jato mostram que 2016, na opinião dos deputados, será um ano de muita tensão. Para o catarinense Rogério Peninha Mendonça (PMDB), o problema ultrapassa os limites da economia. “Vivemos uma crise de credibilidade; a população não acredita em uma só palavra dita pelos seus governantes. E quando o povo perde a confiança em seu governo, a solução que resta é substituir quem está no comando”, analisa ele. Peninha acredita, contudo, que o processo de impeachment tenha perdido força durante o recesso: “Sem um fato novo, que altere a formação da base aliada e da oposição em Brasília, diminuem dia após dia as chances de a presidente cair”.
NEM TUDO SÃO TREVAS
A revogação do Estatuto do Desarmamento deve ser uma das maiores conquistas legislativas de Peninha como deputado federal. Após ser aprovada em comissão especial no ano passado, a matéria – de autoria do parlamentar catarinense – aguarda despacho do presidente da Câmara para ser votada em plenário, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre de 2016. “O PL 3722 tem sido o carro chefe do meu mandato, caiu nas graças do povo ordeiro e tem apoio massivo em todos os meios de interação com a sociedade. Já começamos as articulações para pôr o texto em pauta tão logo acabe o processo de impeachment, e acredito que até o fim do ano ele já esteja pronto para a apreciação do Senado e posterior sanção presidencial”, explica Peninha.
Outra proposta de autoria do peemedebista, e que também conta com grande apoio popular, é a que põe fim à contribuição sindical obrigatória. Batizado sob o número 870/15, o PL objetiva exterminar um imposto criado na época de Getúlio Vargas, que tira um dia de trabalho por ano de todos os brasileiros. A proposta deve ser votada nas comissões permanentes também em 2016.
Fotos: Ag. Câmara, arquivo, divulgação