A canetada do ex-advogado de defesa do ex-presidiário, Cristiano Zanin (E), nomeado pela deidade vermelha para o STF, sugere que ele não perdeu o cacoete de defender o atual inquilino do Planalto.
De forma monocrática, o nomeado de Lula concedeu, quinta-feira, uma liminar que suspende a eficácia de trechos da lei 14.784 de 2023, que prorrogou a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia até 2027. Isso que a prorrogação foi aprovada no Senado e na Câmara, mas acabou vetada por Lula da Silva. Daí o Congresso derruba o veto e o governo resolve judicializar a questão. Tudo muito democrático, claro. Em defesa da democracia, sem dúvidas.
Mais um acinte, mais um tapa na cara de quem trabalha e produz. Importante contextualizar.
Primeiro: Zanin deveria se declarar impedido de julgar qualquer ação por parte do governo liderado por aquele que foi (ou ainda é?) seu cliente.
Segundo: Até o capacho Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, foi obrigado a se manifestar contra o despacho de Zanin que, assim como outras supremas togas, jamais recebeu um voto popular sequer, mas passa por cima do Congresso, onde estão os eleitos pela população, sem a menor cerimônia.
Terceiro: O presidente da Fiesc, Mário Cezar de Aguiar, tem sido um dos maiores líderes a defender a prorrogação da desoneração da folha de pagamento dos 17 setores atingidos agora novamente pela sanha arrecadatória do Planalto. Aguiar tem batido insistentemente nessa tecla, defendendo o setor produtivo e a manutenção de postos de trabalho.
É um assunto que está na pauta inclusive do Cofem, o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina, entidade que também é presidida por Mário Aguiar.
Confira a nota de Rodrigo Pacheco sobre o assunto:
NOTA À IMPRENSA
“O governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento.
Respeito a decisão monocrática do ministro Cristiano Zanin e buscarei apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal.
Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do Parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios.
Amanhã, no primeiro horário, me reunirei com a consultoria e a advocacia do Senado para tratar do tema. Uma reunião de líderes do Senado também será convocada extraordinariamente”.
foto>Ricardo Stuckert, PR, arquivo, divulgação
Abaixo a manifestação, certeira, da deputada Any Ortiz