Inferno astral. É assim que podemos definir o momento vivido por Jorginho Mello. E olha que, em 7 de outubro, ele saiu extremamente fortalecido das urnas. Afinal de contas, elegeu 90 dos 295 prefeitos catarinenses, mas a mão pesada no processo eleitoral acabou gerando descontentamentos e desdobramentos traumáticos em alguns partidos, como o próprio MDB, que foi suplantado pela primeira vez nas últimas décadas por outro partido.
Mas tudo bem, o MDB participa do governo, na figura do deputado estadual licenciado Jerry Comper, à frente da Infraestrutura. Antes mesmo do pleito municipal, Jorginho Mello já havia convidado Antídio Lunelli para a Agricultura. E voltou à carga. O deputado acabou concordando e aí surgiu a possibilidade de uma terceira pasta no primeiro escalão, que seria para Carlos Chiodini.
Mas a expectativa era de que ele fosse contemplado com uma secretaria que ficasse mais de acordo com o seu tamanho político, de um deputado federal que no próximo dia 9 de dezembro reassume a presidência estadual do partido, além de ser o vice-presidente do MDB nacional. Mas não.
Meio Ambiente
Na segunda-feira, Jorginho Mello, diante do próprio Chiodini e de Antídio, reafirmou que a oferta para o deputado federal convergia na direção da Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde, o que gerou um profundo desapontamento nos parlamentares emedebistas, que saíram do encontro decepcionados.
Ágape
Na terça-feira teve a tradicional reunião-almoço da bancada estadual do MDB. Entre uma garfada e outra, Antídio vai relatar a conversa.
Alesc
O deputado, que também perguntou para o governador sobre os dois anos prometidos por ele próprio aos emedebistas à frente da Assembleia Legislativa.
Presidência
Sim, porque as notícias dão conta de que várias bancadas estão fechando com Júlio Garcia, do PSD. E o governador disse que não iria se meter na eleição de outro poder. Ou seja, recuou do compromisso assumido lá atrás.
É o que tem
Além do mais, também não deu espaço para ofertar uma secretaria alternativa para Carlos Chiodini. O clima é de muita insatisfação entre os emedebistas. Chiodini não vai aceitar essa secretaria, de modo que o MDB vai ter que avaliar a situação porque Antídio também tomou conhecimento de que, além de não poder nomear os novos dirigentes das empresas vinculadas à Agricultura, como Epagri e Cidasc, nem mesmo o adjunto ele poderá escolher.
Definição
O governador já apresentou o nome da Epagri para ocupar a posição. Então, o quadro realmente começa a provocar uma certa preocupação porque os emedebistas estão percebendo que o governador não está os tratando com a devida atenção.
Usa e joga fora
A sensação que fica é que Jorginho quer apenas usar o MDB para reforçar sua base de sustentação na Assembleia, contando, ainda com a expectativa de ter o MDB no seu projeto de reeleição.
Proa
Só que o governador não está fazendo os movimentos em torno de um projeto com a efetiva participação do MDB. Simplesmente está dando à secretaria, mas nem o adjunto o titular pode escolher, como já acontece hoje com a Infraestrutura. E a terceira secretaria, ofereceu uma pasta menor, sem importância, sem relevância, sem protagonismo, para alguém que preside o partido no Estado.
Contexto
De modo que o MDB está reavaliando o quadro. E, como não percebe da parte do governador a intenção de uma real participação do MDB na gestão, não está descartada a hipótese do Manda Brasa bater em retirada do governo, deixando de integrá-lo.
foto>Bruno Collaço, Ag. Alesc, arquivo