Coluna do dia

A estratégia de Colombo

A estratégia de Colombo

Apesar da severa crise econômica, com inflação de dois dígitos, recessão, desemprego e juros escorchantes, 2015 que findou ontem foi o melhor ano do governo Raimundo Colombo, que administra o Estado desde 2011. No primeiro mandato, ele precisou implementar sua própria política de gestão, ainda mais considerando que sucedeu alguém (Luiz Henrique da Silveira) espaçoso, que governou por dois mandatos consecutivos, tendo implementado a descentralização, com a criação de 36 secretariais de desenvolvimento regional.

Nos primeiros quatro anos, Colombo pisou em ovos, com todo cuidado recomendável. Afinal, necessitaria do apoio do PMDB para a reeleição, em 2014. Mesmo que LHS não tivesse morrido, o político lageano deslancharia de qualquer maneira, até porque muitas obras ganharam ritmo no último ano do primeiro mandato, graças às transferências federais, asseguradas pela presidente Dilma Rousseff, via financiamento.

Esse ano que terminou ontem foi marcado por inaugurações em série, nas diversas regiões catarinenses. Se a receita não tivesse sofrido brusca queda, o governo teria pavimentado o caminho para uma sequencia administrativa forte para 2016. Santa Catarina fechou o ano, como poucos outros Estados brasileiros, porque fez o dever de casa, provisionando o 13º Salário e pagando antes do Natal a folha de dezembro.

Braço direito

Na pilotagem de Raimundo Colombo, um colaborador desempenhou papal determinante: Antonio Gavazzoni. O secretário da Fazenda conseguiu com maestria compatibilizar os gastos da folha e do custeio, bem como os investimentos, com a arrecadação própria do Estado e os repasses da União.

Travessia

No cotejamento com outros Estados, a começar pelos vizinhos Paraná e Rio Grande do Sul, Santa Catarina navegou em céu de brigadeiro. Só que inicia 2016 com sérios desafios. Basta verificar a despesa do governo catarinense com pessoal, na relação direta com a receita líquida.

No limite

Enquanto o limite prudencial, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, é de 46,55%, o limite máximo de gasto com a folha de pessoal é de 49%. Para se ter uma ideia, Santa Catarina bateu em 48,93%. Excluindo-se os sete Estados que já estão acima do limite, dos outros 20, o nosso é o primeiro, na iminência de ingressar na faixa de risco.

Ajustes necessários

Agora fica mais claro porque o governo empreendeu esforço máximo para aprovar um elenco de projetos nas derradeiras semanas que antecederam o recesso parlamentar. Não apenas a fusão dos fundos previdenciários e a elevação escalonada da contribuição tanto do Estado quanto do servidor, mas também as Medidas Provisórias da Segurança Pública e o Plano de Carreira do Magistério.

Desdobramentos

Se a Assembleia não tivesse descompactado a tabela dos professores, a partir de hoje estaria vigorando o novo piso salarial da categoria, com um acréscimo de quase 12%, o que implicaria em alguns milhões na folha de pessoal, extrapolando o limite da LRF.

Eleição

Ainda assim, o desafio do Estado para 2016 vai exigir muita criatividade e, ao mesmo tempo, cintos apertados (economia), sob pena de comprometer as ações de governo. E com um detalhe: trata-se de um ano eminentemente eleitoral.

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