Sem dúvidas, as manifestações de 7 de setembro, em Santa Catarina e no Brasil, foram uma grande demonstração de força política de Jair Bolsonaro. Indiscutivelmente, o tsunami verde amarelo que apavorou o estabilishment esquerdista deste país terá influência na definição de votos neste pleito. Sobretudo entre aqueles eleitores ainda indecisos.
O presidente da República deixou claro que coloca o povo na rua. Sem mortadela, artifícios, factoides e uso de entidades como sindicatos e “movimentos sociais”, que de sociais não tem nada. São facções mantidas com generosas verbas públicas. A mobilização verde e amarela é orgânica, legítima. Em Santa Catarina, a sensação que fica é que estamos caminhando para a segunda eleição consecutiva sob forte influência de Jair Messias Bolsonaro sobre o eleitorado.
A maior prova disso não é apenas a presença dos catarinenses nas ruas em cidades como Florianópolis, Blumenau, Itajaí e outras, como também o aspecto relacionado aos candidatos a governador que querem surfar esta onda. A onda do 22 em 2022. Em 2018, houve o tsunami do 17, que era o número do então candidato a presidente.
Larga na frente
O maior beneficiário neste ano naturalmente é o senador Jorginho Mello (foto), candidato a governador pelo PL. Ele leva à urna o mesmo número do presidente e candidato à reeleição.
Longa data
Esperidião Amin conhece Bolsonaro há 30 anos. Mas não tem o mesmo número nas urnas. Tende a colher alguns frutos também pela proximidade presidencial e pelas bandeiras que defende.
Por fora
De maneira mais periférica, o governador Moisés da Silva também pode capitalizar alguns sufrágios apesar do sentimento de traição dele em relação ao chefe da nação, o que leva os bolsonaristas raiz a torcerem o nariz, pra não dizer outra coisa, na direção do atual inquilino da Casa d’Agronômica.
Extremidade
Por fim, Gean Loureiro, que tem como coordenador de campanha um bolsonarista de cruz na testa, o prefeito João Rodrigues, de Chapecó, também pode beliscar um naco do eleitorado conservador e de direita neste estado.
Crista da onda
A tendência, contudo, é que Jorginho seja impulsionado pelo tsunami que aponta no horizonte deste setembro de campanha eleitoral.
Candidato do Lula
Por outro lado, o PT só tem um nome, Décio Lima, o único candidato de Lula da Silva no território catarinense.
Por aqui
Aliás, o ex-Lulinha paz e amor vem a Santa Catarina, a Florianópolis, no dia 18 deste mês. Ante essa pulverização de nomes buscando o voto bolsonarista, Décio pode até sonhar com a segunda vaga no turno decisivo do pleito estadual.
Pelotão
Esperidião Amin e Gean Loureiro, neste momento, sinalizam que podem ficar no segundo pelotão. Com a turma de frente com três nomes: Jorginho, Moisés e Décio.
Musculatura
Bolsonaro tende a repetir uma grande, esmagadora votação em Santa Catarina. Há quatro anos, ele ultrapassou a barreira dos 65% no primeiro turno. No round final, bateu em 76% dos votos válidos entre os catarinenses.
Viés de alta
O colunista sempre avaliou que Bolsonaro não baixaria de 50% dos eleitores, percentual que pode chegar a 60% ou até mais.
Fernando Haddad, o poste lulista de 2018, fez 15%. Seu mentor e agora candidato pode chegar a 25% do voto estadual, percentual que tornaria Décio competitivo, dependendo do poder de transferência de Lula ao catarinense.