Coluna do dia

A fórmula da derrota

O ex-governador Eduardo Pinho Moreira deu o ar da graça na posse do novo comandante do Corpo de Bombeiros, sexta-feira, em Florianópolis. Presença emblemática. A corporação foi onde o atual mandatário, Moisés da Silva, construiu toda sua vida profissional. Apenas mais um sinal externo da fina sintonia entre o ex e o atual governador. Moreira está fazendo o jogo de Moisés.

Entre outras coisas, para voltar a comandar o MDB em Santa Catarina. Eis um dos motivos que levou o senador Dário Berger, sempre discreto e evitando polêmicas, a pedir a saída do MDB do governo. Mais precisamente, o desembarque dos secretários Paulo Eli (Fazenda) e Leandro Lima, responsável pelo sistema prisional.

Berger também quer ser presidente do Manda Brasa. Tem o apoio do atual presidente, Mauro Mariani. Nos bastidores, a batalha é feroz. Até porque, o  partido foi o que mais sentiu os efeitos da falta de renovação e de conduções equivocadas anteriores que desaguaram no resultado das eleições de 2018.

O partido está literalmente largado desde que Mariani retirou-se da vida pública. A bancada estadual, dividida. Moacir Sopelsa e Valdir Cobalchini ficaram de fora da composição da Mesa Diretora e até mesmo do comando das comissões permanentes da Alesc. Os dois examinam a possibilidade de deixar o partido, principalmente Sopelsa.

 

Derrocada

Além de não chegar ao segundo turno da eleição estadual, algo que não acontecia desde 1982, o MDB viu a bancada federal cair de cinco para dois deputados, a estadual perder uma cadeira e sua militância ajudar a eleger um senador do PR! Trocando em miúdo, um desastre.

 

Currículo

Assim mesmo, Eduardo Moreira pretende presidir novamente a seção Barriga-Verde do Manda Brasa. Considerando-se que ele cumpriu três mandatos de vice-governador e dois mandatos-tampão de governador desde 2003, além de pilotar a sigla por 10 anos neste período, pode-se afirmar, sem medo de errar, que ele é o grande responsável pela decadência emedebista em Santa Catarina.

 

Digitais

Como o MDB que está no governo Moisés é o MDB de Moreira, Dário Berger resolveu pedir o desembarque. Muito bem. Só que o senador também não representa renovação alguma no partido. Com o agravante de que não tem história nas hostes emedebistas. Muito pelo contrário. Berger está em sua sétima sigla. Nunca construiu partido. No segundo mandato de prefeito da Capital, sequer recebia os parlamentares emedebistas.

 

Oportunismo

É muita desfaçatez o senador agora vir com essa conversa de ser contra o fisiologismo, que o MDB não pode compactuar com isso. Logo ele, que sempre indicou apaniguados em cargos estratégicos. A começar pela presidência da Eletrosul, maior estatal federal do Sul, onde o senador emplacou seus indicados nos últimos anos. Inclusive o irmão, Djalma Berger.

 

2022

Esse discurso furado de Dário Berger serve a outro propósito, além da disputa interna. Pedindo a saída do partido do governo, ele já olha para 2022 e já começa a fazer o contraponto a Moisés da Silva.

 

Roto e esfarrapado

Resumindo. Se os filiados do MDB ficarem restritos a escolher entre Eduardo Moreira ou Dário Berger para pilotar a sigla, eles terão duas opções: eleger o ruim ou o pior. Não necessariamente nesta ordem. E o partido estará fadado a encolher mais ainda já em 2020, no pleito municipal!

 

Ressurreição?

Para se ter uma ideia, Eduardo Moreira tem articulado para buscar abrigo aos ex-deputados estaduais Mário Marcondes e Dirce Heiderscheidt, que encerraram seus mandatos em 31 de janeiro, em cargos estratégicos no governo ou na Assembleia. Seria para dar musculatura e visibilidade aos dois que, segundo projeções de Moreira, seriam pré-candidatos a prefeito de São José e Palhoça. Pergunta-se: é assim que Eduardo Moreira quer reerguer o MDB?

 

Opções

Renovação no MDB atende por dois nomes. Carlos Chiodini, deputado federal mais votado do partido e o prefeito da Capital, Gean Loureiro.

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