Coluna do dia

A história se repete

A história se repete

José Sarney foi presidente da Arena por uma longa temporada. Deu apoio ao regime militar, governou o Maranhão, foi senador e era homem da confiança do movimento de 1964. Nos anos 80, ele resolveu mudar de lado. Ingressou nas hostes do MDB, partido pelo qual formou dobradinha com Tancredo Neves na disputa do Colégio Eleitoral de 1985 contra Paulo Maluf (PDS).
Sarney representando o Nordeste e Tancredo o Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
Naquela época, as investiduras dos eleitos aconteciam em 15 de março. Um dia antes, 14, portanto, depois de participar de uma celebração, Tancredo Neves baixou hospital. De lá só saiu num caixão. Não chegou a assumir a presidência, que ficou de bandeja para Zé Sarney.
João Figueiredo, último presidente militar, se recusou a entregar a faixa ao ex-aliado, que era considerado um traidor.
Ocorreu o mesmo com Lula da Silva em 1ᵒ de janeiro de 2023. A coluna resgata essa memória para lembrar que o MDB, que ia ser governo com Tancredo, também foi governo com Sarney. Só que o maranhense não tinha história no MDB. Mesmo assim, no primeiro momento ele manteve os ministros de Tancredo e com o passar dos meses foi fazendo ajustes, nomeando pessoas de sua relação e de sua confiança.

Encrenca

Costumavam dizer, os próprios emedebistas, quando Sarney ia para o exterior naqueles dias: “A crise viajou.”

Noite e dia

O Manda Brasa, que estava no governo liderado por um filiado que não era de cruz na testa mas estava nas fileiras da sigla, fazia oposição durante o dia nas duas Casas do Congresso Nacional. À noite, o partido se transmutava em governista quando sentava com José Sarney para buscar as nomeações na máquina federal.

Só vendo

Lula da Silva está produzindo algo surreal nesta mesma linha do passado. Ele já é o principal líder de oposição ao seu próprio governo. Romeu Zema, nome mais forte de oposição para 2026, não está sendo tão incisivo quanto o próprio ex-mito petista.

Quarentena

Nestes 40 dias, em pelo menos seis oportunidades, sendo que a última delas ocorreu na segunda-feira, quando da investidura de Aloizio Mercadante à frente do BNDES, o petista atacou duramente o Banco Central independente e a figura de Roberto Campos Neto, eleito para comandar a instituição por quatro anos. De forma independente!

Bom demais

Algo fantástico neste país. A independência do BC permite que a política monetária se estabeleça não ao gosto do presidente de plantão e de acordo com as conveniências eleitorais, baixando e aumentando os juros com o único intuito de amealhar votos.

Segue o fluxo

Ante uma autoridade monetária independente as coisas acontecem de acordo com as necessidades dos setores produtivos e financeiros, que é quem gera emprego, renda e impostos para sustentar a paquidérmica máquina pública deste país.

Bons exemplos

É assim nos EUA e nas maiores economias da comunidade europeia.

Palanque eterno

O que presenciamos nestes dias é um presidente ao desatino completo. Não desceu do palanque, continua com bravatas e demagogias, sem contar que segue atirando contra o próprio pé.

Cortina de fumaça

Lula da Silva vai esperar terminar o mandato, em dezembro de 2024, para daí começar a administrar o país e a estabelecer algo que se pareça com uma política econômica?

Boquiabertos

A indústria, o comércio, o mercado financeiro, os formadores de opinião já estão, em sua maioria, estupefatos com o comportamento da deidade petista.

Dualidade

É absolutamente incompatível com o cargo de sua conduta, Lula. O presidente que saiu das urnas está enfraquecendo a gestão dele mesmo e colocando em risco a economia brasileira no curto prazo. Só melhora!

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