A última trapalhada realizada pelo atual prefeito foi escolher como candidato a vice na chapa governista um desafeto do senador Jorge Seif (PL)
O que está ruim sempre pode piorar, é o que diz o ditado popular. E na articulação política do PL de Balneário Camboriú, a afirmação tem se tornado uma constante. Após minar a pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Carlos Humberto (PL), atual líder do governo Jorginho Mello na Assembleia Legislativa, o prefeito Fabrício de Oliveira escolheu como seu candidato o desconhecido Peeter Lee Grando.
Nada contra Peeter, um sujeito boa praça, inclusive. Mas o agora candidato não era filiado ao PL até abril deste ano, e morava em Itajaí. O ungido, que nunca exerceu um mandato eletivo, terá experiência política e condições administrativas de defender o legado de um governo que não fez parte? É o questionamento que mais se ouve nas rodas de políticas da cidade.
Fora isto, Fabrício de Oliveira tentou interferir em vários partidos, isolando lideranças e construindo pretensas alianças de cima para baixo, sem respeito e diálogo. Deu no que deu.
MDB, PDT, Podemos e União Brasil são alguns dos partidos que integravam sua base e se rebelaram contra o autoritarismo do prefeito que está em fim de mandato. No MDB, a tentativa de intervenção foi mantida até o momento da convenção, com ligações diretas para as presidências do MDB e do PL nacionais. Não deu em nada, pois a fama do prefeito que representava as novas ideias já se espalhou, até mesmo em Brasília.
Agora, veio o que parece o tiro de misericórdia. Vendo a dificuldade na construção de alianças, ao mesmo tempo em que assistiu nos últimos dias um crescimento surpreendente do apoio a candidatura da vereadora oposicionista Juliana Pavan (PSD), o desarticulado Fabrício impôs em reunião de emergência o nome do vereador David Fernandes – popular La Barrica, do nanico PRD, para a vaga de vice do candidato que ele impôs. Mas aí o buraco é mais embaixo: La Barrica foi candidato a suplente de senador na chapa de Raimundo Colombo em 2022, e subscreveu em 2023 o pedido de cassação do senador bolsonarista Jorge Seif, chamado de filho 06 do ex-presidente, que ainda tramita no TSE.
Resultado de mais uma mancada? A convenção do PL, realizada sob judice após questionamento de filiados do próprio partido sobre a legalidade da composição da atual executiva provisória municipal, restou esvaziada.
A maioria dos deputados federais ausentes, a maioria dos deputados estaduais ausentes. Na terra em que o filho mais novo de Jair Bolsonaro é candidato a vereador, nem o ex-presidente, muito menos a ex-primeira-dama, participaram da convenção. O senador Jorge Seif, constrangido, deu uma rápida passada no Expocentro Júlio Tedesco. No registro fotográfico, fica claro a postura do senador: manter distância do candidato a vice do PL, seu algoz. Um ato político esvaziado, cujo registro, demonstra do simbolismo do isolamento que Fabrício quis impor a amigos e aliados, e que agora, vê voltar para si mesmo. Politica, assim como a vida real, tem disto: ação e reação.
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