Coluna do dia

A influência do MDB no Senado 3

Na terceira e última parte do resgate histórico sobre a influência do MDB na eleição de senadores por Santa Catarina desde 1974, a conta se fecha até o momento com a eleição de Jorginho Mello em 2018.

Ele conquistou a vaga aliado ao MDB, em um acordo onde o então presidente do Manda Brasa e candidato a governador à época, Mauro Mariani, não permitiu uma candidatura do partido à Câmara Alta, abrindo caminho a Mello. Que também tem como sua suplente a viúva de Luiz Henrique da Silveira, Ivete Appel da Silveira, movimento que ajudou a amarrar os votos emedebistas ao presidente do PL estadual.

Com Jorginho Mello fecha a conta de que dos 17 senadores eleitos desde 1974, nada menos do que 11 ou foram eleitos filiados ao MDB ou chegaram lá sob a influência do partido.

 

Lado de lá

 

Outros seis senadores se elegeram fora do circuito emedebista de atuação neste período. Jorge Konder Bornhausen conseguiu duas vezes a cadeira. Na primeira delas, em 1982, o voto vinculado ainda era regra. Não era permitido ao eleitorado votar no candidato a governador de uma chapa e no senador de outra. Como Esperidião Amin venceu a disputa ao governo, acabou trazendo JKB junto com ele. Bornhuasen elegeu-se com apenas 1.429 votos de dianteira sobre Pedro Ivo Campos. Na segunda oportunidade em que foi ao Senado, JKB também esteve vinculado a Amin.

 

Bom governo

 

Vilson Pedro Kleinübing foi eleito na década de 1990 depois de fazer um bom governo em Santa Catarina, consolidando-se como liderança estadual.

Na mesma década, o próprio Esperidião Amin também conquistou a cadeira no Senado, repetindo o feito em 2018. Ou seja, com ele foram quatro mandatos de senador, considerando-se sua influência nas vitórias de Jorge Bornhausen, atestando, mais uma vez, a densidade eleitoral do atual senador pelo PP-SC.

 

A petista

 

Já no Século 21, embalada pela onda vermelha liderada por Lula da Silva em 2002, Ideli Salvatti surpreendeu. Era deputada estadual e saltou para o Senado, suplantado os favoritos à época. Foi a única vez que o PT elegeu senador por Santa Catarina.

Daqui a dois anos, haverá novo capítulo dessa história. A conferir o papel e a força que o MDB terá no pleito de 2022. Hoje, a ordem no MDB é não eleger mais estranhos e não ajudar mais na vitória de estranhos. Sejam de outras legendas ou os estranhos que estão no MDB.

 

Nome e sobrenome

 

Caso clássico do senador Dário Berger, que já filiado ao MDB, seu sétimo partido, era prefeito reeleito da Capital e sequer recebia os deputados do partido. De lá pra cá, o hoje senador só mostra interesse pelo partido quando o assunto são eleições. Há outros exemplos de eleitos que viraram as costas para o Manda Brasa depois da vitória, como os dois do PSDB (Leonel Pavan e Paulo Bauer), que o MDB ajudou a eleger ao longo dessa história. Raimundo Colombo e Jorginho Mello também engrossam essa lista.

 

Pedra no caminho

 

Esta nova orientação do partido, digamos assim, é mais um componente que irá dificultar a indicação de Dário Berger como candidato do partido ao governo em 2022.

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