Coluna do dia

A janela de julho/agosto

Quarta-feira, dia 20. Nesta data, agora tão próxima, será aberta a janela para o período de 15 dias em que os partidos políticos podem e devem realizar suas convenções homologatórias com vistas ao pleito de outubro.
Já teremos uma sigla definindo o rumo neste dia. Será o Novo. Os alaranjados vão lançar o promotor Odair Tramontin ao governo.
Será no sábado, 23, contudo, que se registrará a maior movimentação deste intenso e tumultuado lapso temporal para o universo político. O União Brasil vai confirmar a candidatura do ex-prefeito da Capital, Gean Loureiro.
O PP de Esperidião Amin também se reúne no dia 23. Aqui vale um parêntese. Em 2018, o PSDB realizou sua grande convenção em Joinville, e formalizou a candidatura de Paulo Bauer na cabeça de chapa.
Os tucanos, contudo, deixaram a homologação em aberto, Bauer foi de postulante ao governo a candidato ao Senado junto com Jorginho Mello, que estava filiado ao PR, agora PL.
O liberal conquistou uma das duas vagas à Câmara Alta há quatro anos. Ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, que havia sido lançado ao Senado, acabou tornando-se vice de Mauro Mariani, do MDB.

Nau à deriva

O projeto, como se sabe, naufragou ante a onda conservadora liderada por Jair Bolsonaro. Apenas Jorginho chegou lá. Fecha parêntese.

Recordar é viver

Fizemos esta digressão para sinalizar que o PP de 2022 pode repetir o PSDB de 2018. Trocando em miúdos: o PP pode confirmar o nome de Esperidião Amin para o governo já no dia 23. Mas também pode deixar a ata em aberto até o prazo fatal das homologações em dia 5 de agosto. É neste dia que o PL, parceiro em potencial do PP, reunirá seus convencionais.

Mês e meio

A campanha eleitoral, propriamente dita, se inicia no dia 16 de agosto. Vai até 1ᵒ de outubro. A votação acontecerá no dia 2 de outubro. Serão 45 dias de enfrentamento entre os candidatos. A pré-campanha está sendo longa, já tem seis meses.

Expectativa

O MDB também marcou sua convenção para o dia 23. É o evento mais aguardado deste período.
Naturalmente, a decisão dos mais 500 eleitores do MDB com direito a voto na convenção terá reflexos em todo o tabuleiro da centro-direita Barriga-Verde.

Cabeça

Se o partido confirmar Antídio Lunelli na cabeça em chapa pura, isso enfraquece Moisés da Silva. Neste cenário, o governador poderia buscar o PP, por exemplo.

Desafetos

Uma parte do partido, aliás, já está com o chefe do Executivo. É pouco provável, no entanto, que Esperidião Amin entre nesse jogo.

Querido MDB

O governador priorizou o MDB nos afagos pré-eleitorais. Desafetos de Amin, capitaneados por Joares Ponticelli, embarcaram na nau mosaica de Santa Catarina.

Vice

Na outra ponta, se a turma do Manda Brasa votar em maioria pela aliança com Moisés da Silva, indicando Udo Döhler como candidato a vice, o PSDB fica quase que impelido a fechar com o PP do senador Amin. Vale lembrar que o Republicanos, partido do governador, também realizará a convenção no dia 23. No mesmo local do MDB (Alesc) só que depois do evento emedebista.

Torcedores ilustres

Não seria de se estranhar, portanto, que Esperidião Amin esteja torcendo para Moisés levar o MDB. Ele, Amin, receberia o PSDB quase de presente em seu projeto.
Jorginho Mello, a seu turno, deve estar na torcida pelo êxito de Antídio Lunelli nas hostes do MDB. Tal encaminhamento facilitaria o entendimento entre a dupla de senadores.
Os dois têm penetração no eleitorado bolsonarista de Santa Catarina, mas no tocante ao MDB, torcem de arquibancadas opostas.

Sair da versão mobile