Pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial, realizada pelo Instituto Paraná, aponta o presidente Jair Bolsonaro liderando em todos os cenários na consulta estimulada. E vencendo todos os adversários, inclusive Lula da Silva e Sérgio Moro, no segundo turno.
Os pesquisadores também aferiram a aprovação do governo Bolsonaro. Os números apresentam melhoras em relação à pesquisa de maio. E sinalizam o que pode ser uma tendência: a consolidação do atual presidente com uma fatia de cerca de 30% do eleitorado e o aumento da confiança em sua gestão.
Para a realização da pesquisa foi utilizada uma amostra de 2030 eleitores, sendo esta estratificada segundo sexo, faixa etária, escolaridade, nível econômico e posição geográfica. O trabalho de levantamento de dados foi feito através de entrevistas pessoais telefônicas com eleitores com 16 anos ou mais em 26 Estados e Distrito Federal e em 188 municípios brasileiros entre os dias 18 a 21 de julho 2020, sendo auditadas simultaneamente à sua realização, 20,0% das entrevistas. Tal amostra representativa do Brasil atinge um grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,0% para os resultados gerais.
Dianteira
No cenário pesquisado com Bolsonaro disputando contra Sérgio Moro e Fernando Haddad, os números são os seguintes: 29% para o presidente, 17,1% para o ex-juiz e 13,4% para o petista.
Ciro Gomes e João Doria ficam em quarto e quinto lugares, mas sem alcançar os dois dígitos da preferência.
Contra Lula
Quando o adversário petista de Bolsonaro é Lula da Silva (que neste momento está sem direitos políticos, portanto, sem poder se candidatar), o presidente alcança 27,5% dos votos e o ex-presidente tem 21,9% da preferência.
Moro vem em seguida, com 16,8% do eleitorado. Novamente Ciro Gomes e João Doria completam os cinco candidatos mais votados, mas seguem restritos a menos de dois dígitos das indicações de voto.
Pedra no sapato
O cenário mais folgado para Jair Bolsonaro é o que não apresenta nem Lula da Silva nem Sérgio Moro como candidatos. Neste caso, o presidente chega a 30,7% dos votantes. O petista Fernando Haddad fica com 14,5% e Ciro Gomes rompe a barreira dos dois dígitos, aparecendo com 10,7% da preferência.
Segundo turno
Para o turno final da disputa, o Instituto Paraná apresentou estes dados: Bolsonaro 46,6% e Hadadd 32%; Bolsonaro 44,7% e Moro 35%; Bolsonaro 45,6% e Lula da Silva 36,4%.
Consolidação de Bolsonaro
O levantamento do Instituto Paraná permite algumas leituras de cenário. O presidente tem uma base consolidada e consistente em um contexto de pandemia, crise econômica, desembarque de Sérgio Moro do governo, o caso Queiroz e os acordos com o Centrão no Congresso. Evidentemente que manter 30% do eleitorado neste cenário e bater todos os adversários no segundo turno escancara a musculatura de Jair Bolsonaro e as excelentes perspectivas para 2022, caminhada que será turbinada pelo auxílio-emergencial que é a base do Bolsa Família versão Bolsonaro.
Divisões
Pelos lados da esquerda, Ciro Gomes se porta como candidatíssimo pelo PDT. De novo. O PT diz que vai ter candidato novamente e ainda há o maranhense Flávio Dino tentando acordos e sinalizando que pode migrar ao PSB para também ser candidato. A esquerda clássica no Brasil então poderá chegar a 2022 com três candidaturas. Pulveriza o eleitorado, obviamente.
Tucanos
No PSDB, que governou o Brasil por oito anos, o racha é constante, tendo João Doria como pivô da divisão. Agora com as denúncias e fatos ligados à corrupção grossa envolvendo José Serra e Geraldo Alckmin, o partido tende a se enfraquecer ainda mais com vistas ao próximo pleito. E o Sérgio Moro? Ele até aparece com números muito bons, mas não tem carisma, não é do ramo. Muito pelo contrário. Encontra fortíssimas resistências de A a Z no meio político porque galvanizou a fama de investigar toda classe política.
Ao fim e ao cabo, 2022 poderá repetir 2018, com várias candidaturas e absolutamente ninguém com potencial suficiente para bater o chefe da nação.