O Porto de Itajaí tem tudo para voltar para as mãos da União. A federalização parece inevitável, considerando-se as informações que chegam de Brasília.
É só uma questão de tempo. O prazo do contrato da Autoridade Portuária Municipal expira em 1º de janeiro de 2025. Estamos falando de praticamente 30 anos de gestão no atual modelo, municipalizado. E que foi fundamental para guindar o município ao posto de maior PIB catarinense.
Em 1995, no primeiro ano da gestão de Jandir Bellini, a municipalização tornou-se realidade. Coincidentemente, ela deixará de existir no primeiro dia do mandato de Robison Coelho, que recebeu o apoio de Bellini na campanha deste ano. Na outra ponta, temos Décio Lima, o grande artífice dessa tramoia federal. Mas ele não tem se manifestado.
O petista desapareceu, sumiu, escafedeu-se. Deixou, contudo, no caminho um rastro de destruição. E foi verdadeiramente desmascarado.
Verdade aparece
Na segunda-feira, na condição de presidente do Cofem, o Conselho das Federações Empresariais de Santa Catarina, Mário César Aguiar, também presidente da Fiesc, durante a reunião na qual estavam presentes os demais presidentes, fez uma ligação para Décio Lima. O petista, bem ao seu estilo, tirou o corpo fora.
Pega na mentira
Não, não tenho nada a ver com isso, disse o compadre de Lula da Silva aos interlocutores empresariais. Segundo ele, isso é um assunto do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa, e uma decisão do presidente da República que, aliás, está hospitalizado. Essa foi a escapada de Décio Lima.
Às claras
Só que, talvez, ele, Décio, não tivesse conhecimento de que esse mesmo ministro, Silvio Costa Filho, num encontro, semana passada, com o ainda senador Beto Martins e com Robison Coelho, prefeito eleito de Itajaí, deixou muito claro que esse assunto estava sendo pilotado por Décio Lima.
Unha e carne
E Silvio Costa sabe muito bem da ligação de Décio Lima com Lula da Silva. Então, o assunto está liquidado. As digitais de Décio Lima estão colocadas como o verdadeiro coveiro-mor do Porto de Itajaí, cidade onde o próprio Décio nasceu e onde reside hoje, depois de ter feito carreira em Blumenau, onde se elegeu vereador, duas vezes prefeito e também foi deputado federal de dois mandatos.
Conhece bem
Aliás, Décio Lima já foi superintendente do terminal. Isso quando Volnei Morastoni exercia o primeiro mandato de prefeito da cidade portuária. Morastoni era filiado ao PT. Vejam a ironia e as coincidências.
Vingança
O petista Décio agora faz todo esse movimento contra a cidade e o estado como forma de dar uma resposta não apenas ao PL, que ganhou a prefeitura, mas muito mais porque não absorveu até hoje a derrota que sofreu para Jorginho Mello.
Acachapante
O petista levou uma surra de 72% a 28% no segundo turno em outubro. E o seu padrinho, Lula da Silva, buscando o terceiro mandato, fez 30% contra 70% de Jair Bolsonaro. Ou seja, em SC eles não se criam. De jeito algum.
Politicagem
Trocando em miúdos. O PT está castigando, retaliando um estado essencialmente conservador, talvez o mais conservador do Brasil. É, também, sem dúvida nenhuma, uma resposta, um recadaço a Jorginho Mello, que em dois anos não teve sequer uma audiência privada com o inquilino do Palácio do Planalto.
Fora dessas
Até mesmo nas reuniões ampliadas com os governadores, o catarinense foi a uma ou duas; e não recebeu Lula da Silva em Santa Catarina na sua única visita ao estado.
Pano de fundo
Então, por trás disso tudo, há um jogo político, partidário e eleitoral. O retorno do comando, do Porto Itajaí, voltará ao guarda-chuva do terminal de Santos.
Boquinhas
Será uma festa de nomeação da companheirada petista em cargos comissionados para fazer política em Santa Catarina, especialmente em Itajaí, onde o PT não elegeu sequer um vereador.
Até porque não conseguiu lançar candidato a prefeito. Indo por esse caminho, o PT acelera seu processo de extinção em Santa Catarina.
foto>Porto de Itajaí, arquivo, divulgação