Raimundo Colombo ainda não decidiu se vai renunciar ao governo de Santa Catarina. Esta decisão é eminentemente política e eleitoral. E se renunciar, a atitude não guarda qualquer relação com o denuncismo que tomou conta da República. O governador pode abrir mão do cargo mais importante do Estado até a primeira semana de abril de 2018, prazo-limite para que tenha condições de disputar o Senado.
Mas Colombo está sendo pressionado para antecipar sua saída, especialmente pelo vice, Eduardo Moreira, que tem plantado informações de que pretende disputar uma vaga na Câmara Alta. No Centro Administrativo, essa cogitação causou uma certa estranheza. Eleitoralmente, Moreira é um líder que oscila bastante. Nas últimas eleições municipais, o PMDB, partido que o vice presidiu por mais de uma década em Santa Catarina, perdeu em Criciúma, cidade que já administrou e sua base política original.
Segundo, porque Eduardo Moreira sabe que é sua última oportunidade de governar o Estado. Ele dificilmente resistira à possibilidade de ficar mais oito meses na cadeira mais estofada de Santa Catarina.
Vale lembrar que nas últimas três eleições que participou foi coadjuvante: vice de Luiz Henrique em 2002 e de Colombo em 2010 e 2014.
PT e PSDB juntos
Quando convém, até inimigos mortais como tucanos e petistas votam juntos. Esta semana, na Alesc, o fenômeno voltou a ocorrer com força. As duas bancadas votaram contra os projetos do governo que instituem o Marco Regulatório das Parcerias Público Privadas e, o seu complemento, o Fundo Garantidor. Para o líder da bancada tucana, deputado Dóia Guglielmi, o PSDB agiu para proteger os “próprios interesses orçamentários do Estado”. As duas matérias foram aprovadas.
Cheque
Dóia tem razão em partes, notadamente na questão do Fundo Garantidor, que oferece “garantias muito amplas”. Verdade. Mesmo deputados que votaram a favor do Centro Administrativo admitem que deram um verdadeiro cheque em branco ao Executivo.
“Esclarecimento”
“Esclarecemos que a campanha ao governo de Santa Catarina, do Partido dos Trabalhadores, no ano de 2014, não captou recursos oriundos da JBS.
Outrossim, recebemos repasses do diretório nacional do PT, cuja indicação de origem é oriunda da JBS”. Eis a metade de uma nota que o PT-SC divulgou na quarta à noite.
No PMDB, não
Depois da delação de Ricardo Saud, confirmando aquilo que muita gente suspeitava nos bastidores, Dário Berger perdeu qualquer possibilidade de ser candidato a governador pelo PMDB. A militância do partido, que é muito atuante, não vai perdoar a traição a Luiz Henrique da Silveira. Saud delatou que Berger recebeu R$ 1 milhão para votar em Renan Calheiros à presidência do Senado no dia 1 de fevereiro de 2015. O alagoano derrotou LHS, que morreu três meses depois.
É importante recordar que a declaração de voto de Luiz Henrique em Berger, na antevéspera do pleito, foi determinante para sua vitória sobre Paulo Bornhausen, em eleição equilibradíssima. A “retribuição” não veio à cavalo, mas à jato!
Dois nomes
Ao PMDB, agora restam dois nomes com condições de disputar a sucessão de Raimundo Colombo. E os dois são do Norte, base política do ex-senador e ex-governador: Udo Döher, empresário e prefeito reeleito de Joinville, alçado à condição de político pelo próprio LHS; e o deputado federal Mauro Mariani, que, em determinado momento chegou a receber a famosa “jaqueta do 15”, que Luiz Henrique ostentava com orgulho. Resta saber se Mariani guardou, devolveu ou perdeu a jaqueta!