A sexta-feira, 2 de outubro de 2015, representou uma verdadeira “sexta 13” para o governo, o PT e o ex-presidente Lula da Silva. No mesmo dia, o ministro Augusto Nardes, do TCU, antecipou seu voto em relação às contas presidenciais do ano reeleitoral de 2014: pela rejeição em função das pedaladas fiscais que criaram um rombo de R$ 40 bilhões na bolsa viúva.
Também na sexta, outro ministro, Teori Zavascki, catarinense de Faxinal dos Guedes que é dono de uma cadeira no STF, deu sinal verde à solicitação da Polícia Federal para ouvir, no âmbito da Operação Lava-Jato, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele será ouvido na condição testemunha, pois é suspeito de ter se beneficiado política e administrativa do petrolão. Um baita, gigantesco constrangimento e que pode ter desdobramentos imprevisíveis justamente no momento em que Lula, de forma branca, reassumiu o comando do país, dividindo a bola com o PMDB.
Meia-sola
Não bastassem os dois posicionamentos no TCU e no STF, Dilma Rousseff anunciou uma meia-sola que a mídia está chamando de reforma ministerial que, além de não passar de um remanejamento de cadeiras para dar mais poder ao PMDB, teve o condão de desagradar outros partidos da base como o PSD, PP, PR e PTB. Também porque fortaleceu sobremaneira o PCdoB, que tem uma bancada de apenas 11 deputados mas levou o poderoso Ministério da Defesa. E os “anúncios” de cortes de cargos comissionados e no salário de ministros não passam de factoides. Até porque, ninguém detalhou quais serão os 3 mil cargos e quando deixarão de existir.
Negociação
De quebra, também na sexta veio à tona a suspeita de que teria havido um lobby fortíssimo, em 2009, do setor automotivo em cima de uma MP que criou benefícios de R$ 1,3 bilhão às montadoras. Evidentemente que a edição da medida teria tido um custo de R$ 36 milhões. Entre os beneficiados, estaria o filho do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva.
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