Coluna do dia

A sucessão em Itajaí

Recém-filiado ao PL, o professor e ex-vereador Robison Coelho é o nome que desponta para a sucessão de Volnei Morastoni em Itajaí. Coelho é o mais cotado nos âmbitos empresarial e político da ex-cidade portuária. Chegará muito bem apoiado politicamente ao pleito. O vereador Rubens Angioletti tem alguma penetração nas camadas menos favorecidas de Itajaí, mas carece de jogo de cintura e cria dificuldades na articulação política. Outro vereador, Osmar Teixeira, do Solidariedade (por enquanto), recebeu boa votação para deputado estadual. Tem capilaridade muito grande na baixa renda itajaiense. Teixeira apresenta programa de TV e de rádio na cidade e se articula muito bem nas redes sociais. É um nome que pode até gerar algum receio para Robison Coelho, o PL e seus apoiadores. O liberal, ressalte-se, está montando robusta frente política para as eleições do ano que vem. Anna Carolina, vereadora combativa e que já foi candidata com belo desempenho, vai apoiar Coelho. O candidato do deputado federal Jorge Goetten, que tem bom relacionamento com o governador e determina os rumos do PL de Itajaí, atende pelo nome de Robison Coelho.

Vice

Existe um movimento político para que Teixeira seja vice de Coelho. Para isso, ele teria que mudar de partido, considerando-se que o SDD é de esquerda. Segundo rezam os bastidores, o parlamentar, contudo, teria o desejo de se manter na vereança peixeira.

Picada

Mas não se pode nunca perder de vista que quando um político vê seu nome ganhar força, a famosa e infalível mosquinha azul costuma picar o sujeito. Outro aspecto é o fato de a empresa televisiva que emprega Teixeira ter brigado com a prefeitura. Estaria incentivando o vereador a encarar o desafio de disputar o paço itajaiense.

Esquerda

Pelo viés canhoto, o nome sempre na ribalta local é o do vice-prefeito, Marcelo Sodré. Filiado ao PDT, ele sempre foi candidato a alguma coisa nos últimos anos. E pode ser a alternativa da esquerda, tendo um petista de vice. O nome vermelho para vice é o de João Paulo Tavares. O advogado foi candidato a prefeito de Itajaí em 2020, lançado na undécima hora por Jandir Bellini. Saiu do PP e buscou abrigo no PT.

Canais

Marcelo Sodré apoiou Décio Lima em 2022, ou seja, o canal está azeitado. Ocorre que, a exemplo de Santa Catarina, Itajaí não elegerá um petista como seu prefeito. Isso, mais o poderio econômico que representa o Sebrae, excluem Décio da disputa.

Pelas beiradas

O presidente da Câmara de Vereadores, Marcelo Werner, é deficiente visual, não tem muita popularidade, mas preside a Câmara há quatro anos. Ou seja, sabe se articular. Pode ser uma opção para compor.

Por fora

Patrick Dauer, empresário e evangélico, é outro nome ventilado. Mas não tem muita influência na cidade. Já se candidatou com baixo desempenho. Mesmo assim, é dada como certa sua presença no pleito que se avizinha.

Encerramento

Por fim, temos um prefeito que construiu bela carreira política, Volnei Morastoni, entrando no seu último ano como mandatário. Já de idade avançada e com a saúde fragilizada, ele vai se retirar da vida pública. Fez mais uma gestão com grandes realizações, mas está em baixa entre o eleitorado.

Atracadouro

Acabou pagando um preço altíssimo por erros que levaram ao fechamento do Porto e, ainda, por ter ignorado os partidos que o apoiaram na eleição de 2020. O prefeito optou por negociar diretamente com os vereadores. Outro ponto negativo que pesa contra Volnei: ele se assessorou muito mal, inclusive com gente que o atacava até então.

Bola fora

Mas o grande erro do prefeito foi acertar cargos e outras situações diretamente com cada parlamentar da base. A partir daí, a cada votação importante para o governo, os vereadores pediam mais benesses.

Ação e reação

Volnei Morastoni chegou ao final de 2022 ainda com maioria na Câmara. Ocorre que vereadores de outros partidos – o prefeito é filiado ao MDB – não trabalharam para filho dele, Thiago, na eleição passada. Ele candidatou-se a deputado estadual. Em 2023, Morastoni demitiu mais de 200 pessoas da prefeitura, todos indicados por vereadores ex-aliados e que não se engajaram na campanha do primogênito à Alesc. Volnei chega a 2024 com pouca influência na política local.

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