Presidente há pouco reeleito do Sinapro, o publicitário Pedro Cherem comemora o sucesso da primeira edição do Seminário Catarinense de Marketing Politico, promovido pela entidade na sede da FIESC. Com a presença de aproximadamente 250 pessoas, entre autoridades, diretores de agências, jornalistas, publicitários e políticos, o seminário ofereceu conteúdo de qualidade para quem estará envolvido com o pleito de outubro. A seguir confira entrevista exclusiva de Cherem ao blog:
1) Qual sua avaliação do evento?
O seminário marcou o início de um novo momento no sindicato. A diretoria que está prestes a começar o segundo mandato à frente da entidade está muito entusiasmada e aposta que a oferta de conteúdo de alto nível para as associadas é essencial. A informação e o conhecimento são ferramentas fundamentais para fortalecermos o segmento da comunicação e enfrentarmos as transformações que estão ocorrendo na área.
Por isso a programação foi planejada para oferecer aos participantes uma visão bastante completa do que teremos pela frente até outubro. Um dos grandes especialistas brasileiros em marketing digital para campanhas políticas, Marcelo Vitorino esmiuçou as diferentes etapas do trabalho que exige muito planejamento, criatividade e inovação. Também tivemos um painel com jornalistas que acompanham o dia a dia da política e que traçaram cenários que é fundamental conhecer para o planejamento adequado de ações de comunicação e marketing.
O complemento especial foi dado pelos representantes do judiciário. O Ministro Admar Gonzaga Neto detalhou pontos da legislação e abordou questões como as fake news, uma espécie de fantasma que aterroriza muitos candidatos e profissionais de marketing. Já o presidente do TRE/SC, Ricardo Roesler deu uma verdadeira aula de democracia ao falar sobre a importância de trabalharmos todos pela ressignificação do voto.
O sucesso do seminário foi importante para nos mostrar que estamos na direção certa. O Sinapro vai realizar outras ações como essa para estimular o debate dos profissionais do setor.
2) Qual sua percepção sobre a atuação das agências nas eleições de 2018?
Santa Catarina tem grandes talentos e empresas muito competentes, com equipes muito qualificadas nas áreas de atendimento, planejamento, criação, produção, entre outras. Por isso acho que saberemos enfrentar com certa tranquilidade os desafios das campanhas em 2018. Mas é fundamental ter em mente que a comunicação está mudando e que precisamos, sim, buscar aperfeiçoamento. O Sinapro quer ser parceiro das agências nesse esforço – e para isso ofereceremos até suporte jurídico para as agências.
A disputa desse ano será curta e com orçamentos mais enxutos. Em princípio esses parecem ser obstáculos importantes para quem vai trabalhar. Mas é preciso ver a questão por todos os ângulos. O cenário desafiador por certo vai fazer despontarem aqueles que estiverem mais preparados, capazes de oferecer ações criativas e ao mesmo tempo eficientes, que impactem um grande número de eleitores de forma positiva.
3) E o que espera do marketing político? Essa será a campanha das fake News e das ações de guerrilha?
Infelizmente gostaria de dar uma resposta diferente a essa pegunta. Mas acho que não há como ignorar que nos próximos meses veremos muita informação falsa circulando em canais como as redes sociais e os aplicativos de mensagem. Esse tipo de ataque não surgiu com a internet – a tecnologia apenas multiplicou de forma exponencial a possibilidade de alcance dessas ferramentas.
Mas, como disse antes, também nessa questão não podemos olhar o assunto por apenas um lado. A tecnologia nos permite alcançar os eleitores de forma mais segmentada e direta, estabelecendo diálogo com o eleitor e conhecendo suas necessidades e aspirações.
Há outro componente importante nessa equação. O brasileiro está mudando – e deve mudar cada vez mais. O eleitor está mais desconfiado e não aceita ataques falsos a reputação das pessoas como algo definitivo. O TSE parece disposto a trabalhar para conscientizar o eleitor sobre isso – e precisamos todos cooperar. A tecnologia pode ser uma ferramenta importante de estímulo à cidadania. Não vamos aceitar que ela seja usada como um veneno para a democracia.