Blog do Prisco
Coluna do dia

A temperatura de 2024

O pleito municipal deste ano, além da eleição de prefeitos e vereadores, vai também sinalizar com antecedência os projetos e as perspectivas partidárias para o embate majoritário de 2026, especialmente das principais siglas: PL, PT, PP, PSD e MDB.

Essas cinco agremiações terão um protagonismo tanto em 2024 quanto no certame de daqui a dois anos.  Vamos nos concentrar na situação do PT. Afinal de contas, é o partido do presidente da República.

Aliás, pela primeira vez, no pleito de 2022, o PT conseguiu chegar ao segundo turno. Muito menos pelo candidato Décio Lima e também muito menos pelo apoio do candidato à presidência Lula da Silva e muito mais pela pulverização dos votos de cinco candidaturas de direita.

Quinteto

Jorginho Mello, carimbou o passaporte em primeiro lugar para a grande final, mas no espectro de centro-direita também havia as candidaturas de Carlos Moisés, Esperidião Amin, Gean Loureiro e Odair Tramontin.

Colcha de retalhos

O PT tem problemas de unidade em Santa Catarina e isso não é de hoje. Vamos rememorar o já distante 2002, quando o candidato veio a ser José Fritsch, que renunciou à prefeitura de Chapecó.

CPI das Obras

Décio Lima também era prefeito reeleito. Pilotava Blumenau, a terceira maior cidade do estado.  Foi alcançado por uma CPI das Obras que teve repercussão estadual. Desgastado, Décio foi atropelado pelo grupo mais à esquerda do PT, que conquistou maioria, e Fritsch foi para a disputa.

Na trave

Por apenas três pontos percentuais, o petista não foi para o segundo turno contra Esperidião Amin. Fritsch foi suplantado por Luiz Henrique da Silveira.

Na rede 

Depois, em 2006, com Lula presidente e candidato à reeleição, José Fritsch era ministro da Pesca e postulava nova candidatura ao governo. Mas o presidente lhe fez o apelo para que a senadora Ideli Salvatti fosse a candidata.

Degola

Fritsch, contudo, bateu o pé.  Lula chegou a advertir: “Se você não se eleger, não volta à condição de ministro.” E foi isso que ocorreu.

Desastre

O petista, em 2006, fez 400 mil votos a menos do que havia feito quatro anos antes e Lula cumpriu a promessa.  Ele não foi renomeado, continuou o seu substituto, Altemir Gregolin.

Desastre 2

Ideli Salvatti só conseguiu concorrer ao final de seu mandato de senadora em 2010, quando Ângela Amin também estava na disputa e as duas não tiveram nem oportunidade de disputar a grande final. Raimundo Colombo, apoiado por Luiz Henrique da Silveira, elegeu-se no primeiro turno.

Tentativas

Décio Lima veio a ser o candidato do PT só em 2018. Isso porque em 2014, novamente, o PT de esquerda confirmou o cabeça de chapa, na figura de Cláudio Vignatti.

 Isolamento

Finalmente, há seis anos, o grupo de Ideli Salvatti e Carlito Merss conseguiu confirmar a candidatura de Décio, mas sem contar sequer com um partido aliado.

Frente

Diferentemente de 2022, quando Décio teve algumas siglas na coligação.  Olhando para o futuro brevíssimo, ele vai conseguir a terceira candidatura consecutiva ao governo do estado?

Variável

Vai depender de colocar pelo menos no segundo turno a deputada e sua mulher Ana Paula Lima na disputa pela prefeitura de Blumenau.

Em ascensão

Lembrando que outros dois integrantes do grupo mais à esquerda, de Fritsch lá no passado, formam dobradinha à prefeitura de Chapecó: O deputado federal Pedro Uczai e a estadual Luciane Carminatti, coincidentemente os dois mais votados do PT na eleição proporcional 2022.