Abismo entre Dilma e o PT
Dilma Rousseff está isolada. Encastelada no Planalto. O processo de isolamento foi coroado com a ausência dela nas comemorações dos 36 anos do PT, onde Lula da Silva desfilou soberano entre seus seguidores. De maneira velada, ela e o partido do ex-metalúrgico vinham mantendo um “rompimento branco” desde o início do segundo mandato.
O quadro saiu da cor branca para a vermelha (de raiva mútua) depois que a própria Dilma e o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa – que chegou a ser visto como uma conversão à esquerda do governo -, passaram a defender a reforma da Previdência.
Para os petistas de carteirinha, a perda da exclusividade da Petrobrás na exploração do Pré-Sal também soou como uma traição, além de escancarar a falta de qualquer tipo de articulação do Palácio do Planalto.
Além de isolada, Dilma não tem uma proposta sequer para tirar o Brasil do atoleiro profundo. Seu único objetivo é manter-se no cargo até o fim de 2018, possibilidade que vai se complicando a cada nova semana. No meio empresarial e em parte da população, já é consenso que o país só voltará aos trilhos após a degola da ex-guerrilheira.
Falta à classe política, que costuma viver em um mundo próprio e à parte, o convencimento neste sentido.
Força popular
Começa a se formar uma espécie de corrida entre o Judiciário e o Congresso para ver quem primeiro cassa Dilma. Neste caso, os congressistas não vão querer perder o protagonismo para a turma da toga. Mas a velocidade do processo depende de um componente fundamental: o comparecimento em massa da população às ruas no dia 13 de março, quando haverá manifestações contra a corrupção, o governo e o PT.
Trio
A fragorosa derrota que o governo sofreu no Congresso, que “liberou” a exploração do pré-sal para além dos domínios da Petrobrás, contou com as digitais de José Serra (PSDB), Renan Calheiros e Eduardo Cunha, a notória dupla do PMDB.
Projeção
Crescem as apostas de que o juiz Sérgio Moro ainda não mandou prender Lula da Silva porque é cauteloso e teme colocar todo o trabalho da Operação Lava Jato por água abaixo. Mas o próprio ex-mito sabe que na hora em que o magistrado entender que não haverá mais margem para erros, o seu destino será o xilindró.
Revolta
Até 20 deputados federais podem deixar o PT como sinal de protesto e rompimento com o governo Dilma.
Estratégia
Caso se confirme a transferência do ex-prefeito de Brusque, Ciro Roza, para o PMDB, a estratégia pode ser um tiro no pé. Além de controverso, Roza tem dificuldades com a Justiça e está a anos luz de representar a renovação política que o momento parece ensejar. Mauro Mariani quer o ex-prefeito disputando novamente a prefeitura de Brusque.
Metralhadora
Em seu discurso de posse, o novo presidente da OAB-SC, Paulo Marcondes Brincas, disparou na direção dos políticos. Ele se disse “indignado com a corrupção institucionalizada e o colapso da economia” e defendeu as investigações da Polícia Federal. “Temos que passar o Brasil a limpo, fazer uma faxina,” pregou.
Maratona
No fim de semana que passou, o quarteto Mauro Mariani, Valdir Cobalchini, Dário Berger e Valdir Colatto promoveu reuniões no Oeste com correligionários de mais de 50 municípios.