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Abril vermelho

Sem limites, sem lei e sem respeito. É assim que esses movimentos libertinos agem,
invadindo terras particulares. Eles voltaram com maior força desde o início do governo
atual, e principalmente neste mês de abril, e isso foi noticiado em toda a mídia nacional.
O que mais nos assusta e nos indigna é que o Poder Público constituído que poderia
fazer alguma coisa, não se manifesta.
Imaginem se uma ameaça desse nível fosse feita por uma pessoa da direita, honesta e
trabalhadora? Com certeza já estaria presa.
Falta de água, saneamento básico, segurança, escolas e alimentação, são apenas
alguns dos vários transtornos acarretados pelas invasões dos “Sem Terra”, que se
instalam em propriedades particulares.
O que se está vendo e ouvindo durante o que eles mesmos denominaram de “Abril
Vermelho”, é um desrespeito aos cidadãos brasileiros e um desafio às autoridades
constituídas de nosso país, e em certo sentido também, um incentivo para que outros
tipos de violência aumente em nosso país, pois ninguém faz nada e as penas são leves.
Existem outros meios de se legitimar a reforma agrária, e que não passam de forma
alguma, por atitudes intempestivas como estamos assistindo. Os próprios líderes desse
movimento pretendem que este seja o “Mega Mês” da história. Por aí se percebe quais
são realmente os interesses dessas pessoas.
Como toda ação provoca uma reação, é normal esperar uma atitude a altura dos
fazendeiros, o que não vai ser bom para ninguém.
Se os poderes existentes e a sociedade não se unirem para resolver este sério
problema, as coisas tendem a piorar, indo em direção a conflitos armados entre as
partes interessadas.
Quando não se respeita a propriedade alheia, ocorre aquilo que nossos ancestrais
pátrios, os índios, da tribo cinta-larga, promoveram contra garimpeiros que invadiram a
reserva indígena Roosevelt, na cidade de Espigão D’Oeste, em Rondônia, onde
mataram 29 garimpeiros que extraiam ilegalmente diamantes em suas terras.
São conflitos dessa natureza que precisam ser evitados, pois ninguém gosta de ver a
destruição de suas cercas, culturas, animais e casas.
Seriam manifestações legítimas essas do MST?
Seriam sim, se fossem executadas dentro da lei e em prol de trabalhadores rurais
legítimos, com vontade agrícola produtiva. Infelizmente, tornou-se um movimento
político, criado anos atrás.
Uma coisa é o direito à reforma agrária, e temos visto empenho nessa área, outra bem
diferente é invadir terras alheias.
O que mais precisamos hoje, e urgentemente, é o respeito, principalmente para com a
vida e as coisas do próximo.
A minha esperança é que índios e brancos, ricos e pobres, cultos e iletrados, convivam
em paz e harmonia, dentro dos limites da ética e da responsabilidade.

RICARDO F WINTER

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