Coluna do dia

Abuso de autoridade

Banca de advocacia que defende Michel Temer no âmbito das denúncias de Rodrigo Janot contra o presidente divulgou, durante o fim de semana, nota contundente e que merece análise e reflexão sobre os vazamentos criminosos de trechos da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro. Bandido da pior espécie, o ex-operador do PMDB soltou a língua. Se está dizendo a verdade, deverá comprovar com documentos. Se o fizer, o país segue avançando na direção certa, no sentido de punir os criminosos do colarinho branco.  Michel Temer, como se registrou aqui em diversas ocasiões, não é flor que se cheire. Jamais serviu para santo. Mas daí a se permitir vazamentos seletivos – às vésperas da data em que os deputados mais uma vez serão chamados a se posicionar sobre o futuro do presidente – de  uma denúncia cujos vídeos foram gravados há dois meses e com trâmites inconclusos, existe um abismo. A prática só se enquadra na categoria de crime. De abuso de autoridade. O intuito, evidentemente, é tumultuar ainda mais o julgamento da segunda denúncia de Rodrigo Janot contra Temer, dificultando a vida presidencial na Câmara. Pura politicagem, protegida pelos títulos e escudos legais em que muitas vezes se escondem procuradores e juízes.

 

Na mira

Quem vazou (que só quer mesmo ver o circo pegar fogo), e o próprio Janot, podem esta em maus-lençóis. O ex-PGR, aliás, escancarou uma atuação direcionada, politizada e que pode vir a ser comprovada como criminosa. Tem tudo para se encrencar bonito.

 

Legislação urgente

Mais um episódio que evidencia, sim, a necessidade de se instituir legislação que puna o abuso de autoridade neste país. Registre-se, também, que foi o primeiro vazamento desta natureza nas costas da nova procuradora-geral, Raquel Dodge, que já sinalizou que os atos de Janot e cia em delações como a da JBS devem ser investigados!

 

Reunificação tucana

O fato político da semana que se encerrou, em Santa Catarina, foi a reunião das bancadas federal e estadual do PSDB com a executiva do partido. Pelo visto, o partido está reunificado, depois daquela disputa entre o senador Paulo Bauer, que tentou se reeleger presidente do tucanato estadual, e acabou surpreendido pelo deputado Marcos Vieira, em 2015. Unidade, vejam só, em torno do próprio Bauer, que movimenta-se como candidatíssimo ao governo no ano que vem.

 

Posição

É vidente que os tucanos, que falam em chapa pura, aceitam receber o apoio de PMDB ou do PSD. Mas é pouco provável que isso aconteceça. Sobretudo em relação ao Manda Brasa, que não vai ficar três eleições seguidas sem lançar cabeça de chapa, em Santa Catarina, sendo a maior sigla do pedaço.

 

Consolidação

O PSD, a seu turno, avançou muito politicamente na construção da pré-candidatura de Gelson Merisio. Levando-se em consideração o contexto do PSDB-SC, com o PSD haveria possibilidade de negociação. Mas não será fácil. A questão nacional terá seu peso nas definições. O PSDB terá candidato a presidente, muito provavelmente Geraldo Alckmin. E aí, como fica o quadro em território catarinense? Colombo e Merisio apoiarão o presidenciável tucano sem nada em troca?

 

Quatro frentes

A contrapartida para o suporte pessedista a Alckmin seria o apoio dos tucanos em SC, mas o PSDB parece decidido a ir para as urnas e disputar o governo. Nem que seja em chapa pura. Se isso efetivamente ocorrer, se não for apenas uma estratégia dos tucanos, daí a eleição de 2018 muda de figura. Necessariamente, projeta-se o pleito em dois turnos, a partir de quatro grandes candidaturas: Mauro Mariani (PMDB), Décio Lima (PT), Gelson Merisio (PSD) e Paulo Bauer (PSDB).

Sair da versão mobile