Coluna do dia

Acabando com o Bolsonarismo

O TSE tem tudo para, a partir do mês de setembro, intensificar a ofensiva em relação a detentores de mandatos ligados a Jair Bolsonaro ou mesmo que representem uma oposição ferrenha ao Judiciário, especialmente do STF. A corte comanda o país num viés ditatorial. Recentemente, Luís Roberto Barroso declarou que “nós derrotamos o bolsonarismo.”
Depois da degola do deputado federal mais votado do Paraná, Deltan Dallagnol, o senador Sérgio Moro deve ser o próximo. Aqui vale abrir um parêntese. Enquanto isso, este país convive alegre e normalmente com figuras do calibre do notório Renan Calheiros, que acumula 25 processos no STF. Como ele é parte atuante da Organização, nada acontece. Já com aqueles que combatem o submundo da política, degola sumária. Fecha parêntese.
O ex-juiz já está com os dias contados. Assim como também muito provavelmente Carla Zambelli, a mulher mais votada na eleição proporcional do Brasil em 2022. Outra deputada, Bia Kicis, eleita por Brasília, também já está no cadafalso e por aí vai.
Em Santa Catarina, quem está na linha de tiro da tirania suprema é o senador Jorge Seif. Foi secretário da Pesca de Jair Bolsonaro. É considerado o 06, tamanha a proximidade do jovem parlamentar com a família do ex-presidente.

Paternidade

É tratado como um filho. O 04, Jair Renan, está lotado no gabinete do catarinense e deverá ser candidato a vereador em Balneário Camboriú. 05 é a filha de Bolsonaro com Michelle e 06 é Jorge Seif.

Ungido

Quando o empresário Luciano Hang declinou da candidatura à Câmara Alta em 2022, Bolsonaro indicou Seif. Apesar das reivindicações das deputadas Daniela Reinehr e Carol de Toni; e do deputado Daniel Freitas. Todos estavam de olho no espaço majoritário.

De cima

Jorginho Mello foi ouvido pelo ex-presidente. A decisão foi de Bolsonaro. Jorge Seif conquistou quase 2 milhões de votos, batendo Raimundo Colombo. O ex-governador de dois mandatos perdeu a segunda consecutiva. Em 2018, quando saiu do governo, ele ficou em quarto lugar quando tentava voltar ao Senado, com menos de 1 milhão de votos.

Fora do pódio

Além dos dois eleitos, Esperidião Amin e Jorginho Mello, Colombo não conseguiu bater Lucas Esmeraldino, que não virou senador por 18 mil votos.

Dose dupla

Raimundo Colombo insistiu em 2022, quando havia apenas uma vaga em disputa. Ficou em segundo, mas Seif abriu quase 900 mil votos de dianteira. Para todos os efeitos, deveria haver nova eleição para o Senado a partir da cassação de um eleito.

Regra do jogo

A legislação é clara. Isso ocorreu recentemente em relação a uma senadora do Mato Grosso do Sul, que era conhecida como o Moro de saias.
Ela foi cassada pelo TSE. Quem assumiu foi o terceiro colocado (ela havia ficado com a segunda vaga). Ele ficou por um período na cadeira e depois foi confirmado nas urnas.

País sem lei

Mas, como tudo neste país atual depende das conveniências, em Brasília começa a circular a alternativa de mudar a legislação novamente e permitir que o candidato com maior votação depois do eleito assumiria em definitivo. Sem eleição suplementar.

Alinhamento

No Paraná, assumiria o liberal Paulo Martins, que ficou a poucos votos de Sérgio Moro. Bateu Alvaro Dias, que cumpriu quatro mandatos consecutivos na Câmara Alta.
Neste caso, Raimundo Colombo viraria senador. Mesmo tendo sido derrotado nas últimas duas. Seria mais um senador sem votos (a expressão é usada quando suplentes de senador assumem).

Tudo nosso

Como é para atender os interesses do PSD, do chefão Gilberto Kassab, que circula com muita desenvoltura nos tribunais superiores, vale mudar a regra com o jogo em andamento. Kassab é ardiloso. Tem três ministérios no governo Lula, mas é o primeiro ministro de Tarcísio de Freitas em São Paulo.

Canhotada

A cúpula do PSD catarinense, embora evite assumir publicamente, faz o jogo sórdido da esquerda caviar e corrupta, liderada pelo PT no contexto nacional.

Colombo vermelho

Raimundo Colombo apoiaria o reinado de Lula III? Quando foi para buscar recursos em seus tempos de governador, o lageano acabou subindo no palanque de Dilma Rousseff em 2014.
O catarinense é muito ligado a Gilberto Kassab. Então não seria surpresa alguma vermos alguém que militou a vida toda no campo da centro-direita, do conservadorismo, agora passar para o outro lado. Sem cerimônias. É o fisiologismo barato. Mas a qualquer custo.

Sair da versão mobile