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Ações sustentáveis reduzem emissão de CO2 durante o Congresso de Prefeitos

Dentre os feitos, a compostagem dos resíduos orgânicos reduziu em 90% a emissão de gases poluentes e cinco mil mudas de árvores nativas serão doadas para recuperação de parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça.

Mais de três mil pessoas passaram pelo 17º Congresso de Prefeitos 2019, nos três dias de duração de um dos eventos mais expressivos organizados pela Federação Catarinense de Municípios (FECAM), em setembro. Reunir milhares de pessoas em um mesmo ambiente e pautar temas como tecnologia e inovação para resolver grandes problemas das prefeituras catarinenses mudou a dinâmica da organização em pensar o evento. Por isso, nesta edição em 2019, o Congresso registrou um feito inédito: a redução dos impactos socioambientais gerados.

A preocupação da FECAM em promover um evento ecologicamente correto, no que chamou de “evento verde”, iniciou com a utilização de crachás produzidos com papel com sementes para plantio, copos ecológicos, blocos e bolsas de materiais recicláveis e sustentáveis. Além disso, o Congresso contou com coleta seletiva e todo o lixo orgânico produzido durante o evento foi recolhido e transformado em adubo, através da técnica de compostagem. A ação cumpre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com base na Lei 12.305/2010. Para auxiliar na compensação, houve ainda a distribuição de mais de mil mudas de árvores durante o Congresso, doadas pelo Horto Municipal de São José.

Nesta semana, a organização divulgou oficialmente o levantamento de compensação de emissão de gases poluentes e de geração de crédito de carbono provenientes das atividades envolvidas no Congresso. O cálculo foi baseado nos gases de efeito estufa emitidos a partir do deslocamento de cada um dos convidados, levando em consideração a distância (ida e volta) do município de origem até o local do evento, a compostagem dos restos alimentares gerados nos três dias, totalizando 293,25kg de resíduos orgânicos e, também, considerou a entrega de uma muda de árvore por convidado, cerca de três mil. A geração de créditos de carbono, oriundos das atividades de compostagem e plantio de árvores, foi de 109,343kg CO2 -eq, que significa que foi possível compensar 30% dos gases poluentes emitidos.

Os números, segundo a FECAM, são extremamente positivos, comenta o diretor executivo Rui Braun. “Em primeiro lugar, por compensar a emissão de gases quando em muitos eventos não se tem essa preocupação. Em segundo, por reunir grande número de pessoas, em três dias de atividades e com grandes distâncias de deslocamento”, complementa. Muitos prefeitos e participantes se deslocaram de longas distâncias, ultrapassando 950 mil quilômetros numa média geral entre a origem, destino e retorno. As ações de compensação foram contratadas pela FECAM com a empresa Agroecológica Serviços Ambientais.

Outro dado importante resultado da ação sustentável prevista foi a compostagem dos resíduos orgânicos que reduziu em 90% a emissão de gases poluentes. Em vez de aterro sanitário, os resíduos foram para a compostagem. Essa medida adotada gerou cerca de 200kg de gás carbônico. “Realizamos um Congresso sustentável, inovador e preocupado com a eficiência na gestão pública. Fizemos entender a importância de adotar, na prática, e não no discurso, a direção da sustentabilidade em nossos municípios, pois precisamos efetivamente empreender ações que vão cuidar da natureza e melhorar a rotina das prefeituras”, destaca o presidente da FECAM, prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli.

Ao adotar essas medidas de redução no impacto ambiental, a organização espera adquirir experiência em busca do certificado ISO 20121. Para 2021, a FECAM deve solicitar formalmente o selo, que atesta a sustentabilidade dos eventos.

Doação de mudas
A FECAM, em parceria com a patrocinadora e empresa expositora no Congresso de Prefeitos, Engie, vão reforçar as ações sustentáveis. Com o horto florestal da Engie, será possível viabilizar a destinação de cinco mil mudas nativas, que serão destinadas à recuperação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça, para o reflorestamento de parte da área atingida por incêndios em setembro deste ano. A ação com as cinco mil mudas de árvores, em período de cinco anos, irá gerar um crédito de carbono na quantidade de 181.750 Kg de CO2 –eq, que representa uma compensação de 54% do total de poluentes emitidos, considerando os quilômetros para o deslocamento dos participantes.

Ao todo, a parceria entre a FECAM e a Engie renderá na distribuição de 9.500 mudas de árvores, sendo que 4.500 serão distribuídas entre os municípios para a recuperação de áreas degradadas, principalmente em obras de abertura de estradas.