Evidentemente que a definição no MDB chamou mais a atenção. Por se tratar do maior partido do Estado e por haver disputa em seu seio.
NO PP, houve a aclamação de Esperidião Amin. O mesmo vale para Gean Loureiro, confirmado candidato pelo UB, tendo, ainda, o respaldo de parte do PSD.
No MDB, contudo, a disputa foi em dose dupla. Ao governo e ao Senado. Neste último espaço, foram para o voto dois deputados federais. Celso Maldaner suplantou Peninha Mendonça por pequena margem.
O indicado presidiu o MDB por vários anos e imaginava-se que teria mais folga para confirmar a candidatura contra o operante Peninha.
Mandatários no controle
Mais folgada, no entanto, foi a vitória de Udo Döhler, que encaminhou a candidatura a vice-governador na chapa de Moisés da Silva. O MDB indicará o vice do Republicanos.
Cristalino está que não se pode desprezar a força da bancada estadual do MDB e de boa parte dos prefeitos do partido, que defenderam com unhas e dentes o encaminhamento vitorioso no voto.
Vitória moral
Na ordem prática das coisas, o resultado foi a derrota de Antídio Lunelli e a vitória de Udo, leia-se de deputados e de prefeitos.
Ampliando-se um pouco o olhar, o articulista fica à vontade para cravar que o grande vitorioso foi justamente aquele que perdeu a convenção, o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli.
Estatura
Explica-se. Ele não se curvou, mostrou coerência, diferentemente de Udo Döhler. Aos 80 anos, o empresário joinvilense traiu um companheiro de partido, traiu um colega empresário, traiu alguém que como ele foi prefeito duas vezes de cidade importante no Norte do Estado.
Corajoso
A coragem que faltou a Udo em 2018 para renunciar ao mandato, ir para o partido e disputar a convenção, sobrou agora para o joinvilense. Sobrou da pior maneira possível, mudando de lado, insurgindo-se contra Lunelli e rasgando os compromissos que haviam sido assumidos.
Fatia consistente
Naturalmente que agora os deputados, prefeitos e o próprio Udo deverão ir à procura do jaraguaense, que fez quase 200 votos na convenção.
Antídio Lunelli hoje detém uma parte considerável do MDB catarinense.
Cuidar da vida
Qual será a reação do ex-prefeito de Jaraguá do Sul? Os próximos dias dirão. Não seria surpresa nenhuma se ele voltar a cuidar somente de seus negócios e não se envolver diretamente na eleição.
Pela linha de coerência que Antídio tem adotado, é difícil crer que ele vá apoiar uma outra candidatura.
Mundo gira
O caminho natural ao ex-prefeito de Jaraguá do Sul é ignorar os correligionários que o fizeram sangrar, que o humilharam e o traíram.
Peso
Moisés da Silva, que não tem empatia nem carisma popular, vai precisar dessa fatia emedebista ligada ao pré-candidato derrotado na convenção.
Tucanos no PP
Quem agradece é Esperidião Amin. O PSDB, ao natural, vai indicar o seu vice. O nome mais falado no momento é o do ex-senador Dalírio Beber, que nunca foi forte de urna, mas é muito articulado.
Amin trará Kennedy Nunes, já homologado candidato ao Senado pelo PTB.
Três contra um
Neste contexto, o senador do PP vai buscar o colega eleito com ele à Câmara Alta em 2018, Jorginho Mello (PL). O argumento principal é evitar a diluição, a divisão dos votos bolsonaristas no Estado. Se realmente Amin fechar o tripé com o PSDB, tendo o PTB ao Senado, serão três siglas ao seu lado (embora o PP esteja rachado e uma parte importante trabalhará por Moisés da Silva) contra o PL de Jorginho.
Obstinado
Não será missão fácil demover Jorginho Mello do seu projeto de ser candidato ao governo. É um sonho que ele acalenta desde que entrou para a política, ainda muito jovem em Herval d’Oeste.
Sintonia
O senador carrega o 22 de Bolsonaro neste pleito. Se tiverem juízo, Amin e Jorginho chegarão a um entendimento.
Esquerda
Caso contrário, além de Moises e, quiçá de Gean Loureiro, quem soltará foguetes é esquerda liderada por Décio Lima e Gelson Merisio, o neo-canhoto agora articulando em favor de Lula da Silva.