Está praticamente selado o acordo entre o governador Jorginho Mello e o MDB. O objetivo não é inserir o partido no governo, pois ele já está presente, mas sim ampliar sua representatividade.
O entendimento entre MDB e governo é visto como uma sinergia de médio a longo prazo, o que leva ao comprometimento dos emedebistas com o projeto de reeleição de Jorginho Mello em 2026. A articulação se inicia no ambiente administrativo, reforçando a representação do MDB e passa, inevitavelmente, pela eleição da Assembleia Legislativa em 1º de fevereiro de 2025.
Apesar do discurso oficial do MDB e do governo sobre a autonomia dos 40 parlamentares, é evidente que essa articulação envolve a presidência da Assembleia, e o MDB tem grandes chances de ficar com a liderança pelos próximos dois anos.
Presidência
Ainda não está certo se Mauro de Nadal permanecerá na presidência por dois anos. Existe uma dúvida jurídica sobre a validade da PEC, uma vez aprovada pela Assembleia, considerando a jurisprudência do STF.
Caso Nadal não siga no cargo, o mandato pode ser dividido entre Fernando Krelling e Antídio Lunelli – desde que Lunelli decline do convite para comandar a Secretaria da Agricultura. O governador deseja a presença de Lunelli no colegiado, mas ele ainda está indeciso. Se aceitar o cargo, Krelling assumiria o primeiro ano da presidência, e o MDB indicaria outro nome para o segundo.
Caso Lunelli decida permanecer na Assembleia, a presidência seria compartilhada entre ele e Krelling. Nesse cenário, Volnei Weber assumiria a Secretaria da Agricultura, e Rose Maldaner, esposa do ex-deputado Celso Maldaner, ocuparia uma vaga na Assembleia como terceira suplente.
Infraestrutura
O MDB manterá o controle da Secretaria de Infraestrutura, ocupada por Jerry Comper, e garantirá mais um cargo estratégico para o deputado federal Carlos Chiodini. A partir de 15 de novembro, Chiodini reassumirá a presidência estadual do MDB. Se ele integrar o governo, Luiz Fernando Cardoso (Vampiro) permanecerá como deputado federal em Brasília.
Chiodini ainda precisa definir com o governador onde atuará: ele pode assumir a Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias – que vinha sendo comandada por Beto Martins, até o momento em que ele assumiu interinamente a vaga de Ivete Appel da Silveira no Senado. Com o retorno de Martins em dezembro para Santa Catarina, Jorginho Mello terá que definir se ele reassume a secretaria ou se vai para a Casa Civil. O futuro de Beto Martins e Carlos Chiodini está entrelaçado nessas duas pastas.
PP
Enquanto finaliza as negociações com o MDB, o governador Jorginho Mello abrirá conversas com o PP. Hoje, o partido está à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, com Silvio Dreveck. Contudo, provavelmente Leodegar Tiscoski, presidente estadual do PP e ex-deputado, será convidado a liderar a Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde.
Essa pasta foi anteriormente ocupada pelo deputado federal Ricardo Guidi, que agora retornará à Câmara dos Deputados.
Alianças
Com a ampliação dos espaços para MDB e PP, o governo Jorginho Mello fortalece sua base para 2026, contando com o apoio de 210 dos 295 prefeitos catarinenses. As decisões do MDB e do PP serão formalizadas respectivamente em reuniões da executiva ou do diretório.