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Afrânio afirma ser o candidato de esquerda ao Senado para apoiar futuro governo Lula

Confirmada pelo PSOL a candidatura ao Senado, o vereador Afrânio Boppré começa sua campanha refirmando seu compromisso democrático com o país e com Santa Catarina. “Temos uma responsabilidade com o processo eleitoral de 2022. Queremos barrar a ascensão do fascismo no Brasil e em Santa Catarina”, afirma. Ele explica qual a diferença entre a sua e as demais candidaturas ao Senado. “A principal diferença é que nós temos um compromisso com a democracia, com os movimentos sociais. Quero ser um senador de esquerda pra dar apoio e sustentação orgânica ao governo Lula e fazer as transformações que o Brasil precisa.”

Afrânio diz nessa entrevista que as demais candidaturas catarinenses ao Senado compõem “os vários tons do bolsonarismo”. Ele lembra que os três senadores atuais votaram a favor das principais ações do governo Bolsonaro contra o povo brasileiro. “A diferença é não ser um senador chapa branca, aquele que se vincula ao governo por interesses pessoais e empresariais. Meu vínculo é com a democracia.” E garante: “Nossa candidatura é a única em Santa Catarina historicamente vinculada com os valores e princípios da esquerda democrática. É uma candidatura Lula de verdade.”

Afrânio Boppré nasceu em Florianópolis em 1960. É formado em Ciências Econômicas e doutor em Geografia pela UFSC. Fundou e dirigiu o Dieese/SC e foi professor de Economia na UFSC, na Udesc e no Cesusc. Participou da fundação do PT em Santa Catarina e em 1992 foi eleito vice-prefeito da capital na chapa com Sérgio Grando. Foi deputado estadual entre 2000 e 2006. Em 2005 filiou-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Foi eleito vereador em Florianópolis em 2012 e reeleito em 2016 e 2020. Nessa entrevista Afrânio conta ainda que o PSOL não saiu, mas foi “saído” da Frente Democrática que tem Décio Lima como candidato ao governo estadual.

Por que a sua candidatura pelo PSOL não está na Frente Democrática?

Nós não estamos na Frente Democrática porque eles produziram uma ruptura. Um grupo de partidos entendeu que deveria decidir tudo e rompeu o processo. Esse grupo de partidos se reuniu, selou um compromisso e nós ficamos sabendo pela imprensa. O PSOL não saiu, foi “saído” da Frente Democrática. É preciso deixar isso bem claro porque o nosso compromisso sempre foi pela unidade.

O PSOL então caminha nessas eleições em Santa Catarina com as próprias pernas?

A legislação permite que uma coligação para o governo do estado pode ter mais de um candidato a senador. É o caso do Rio de Janeiro, onde a solução foi lançar dois candidatos ao Senado. Aqui nós nos propusemos a participar da Frente Democrática também com duas candidaturas. Mas não houve a concordância também desse grupo de partidos. Então não nos restou outra opção senão colocar nossa candidatura, que já vinha sendo construída desde a época em que o “Véio da Havan” era candidato ao Senado. Nós sempre falamos para todos os companheiros de partido, para a militância, pra sociedade, lançamos Carta Aberta, sempre fomos honestos ao dizer que o PSOL teria uma candidatura ao Senado. Não foi surpresa pra ninguém.

Por que o PSOL não tem candidato ao governo do estado? Não fica mais difícil a eleição com uma candidatura solitária ao Senado?

Temos uma responsabilidade com o processo eleitoral de 2022. Queremos barrar a ascensão do fascismo no Brasil e em Santa Catarina. E entendemos que a melhor forma de fazer isso era deixar aberta a candidatura ao governo do estado. No momento oportuno a nossa federação, composta por PSOL e Rede Sustentabilidade, poderá fazer a indicação de voto para uma candidatura. Agora nós consideramos mais prudente afirmar nosso compromisso com a chapa ao Senado, composta também por duas grandes companheiras, militantes, valorosas, a Miriam Prochnow, que já foi candidata a senadora na eleição passada pela Rede, uma ambientalista e uma liderança importante, e a professora Maria Cristina, cantora, ativista na área da cultura, que foi presidente da Fundação Cultural de Bombinhas.

Mesmo fora da Frente Democrática em Santa Catarina o sr. apóia Lula?

Sim! O PSOL deliberou nacionalmente que o nosso candidato a presidente é o Lula. Já tivemos candidaturas em eleições anteriores. Heloísa Helena em 2006, Plínio de Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e o Guilherme Boulos em 2018. Mas dado à gravidade que vivemos no Brasil, aos ataques constantes à democracia, à situação difícil da população, que perde qualidade de vida, a todo o processo de ascensão de valores fascistas que não têm relação com a tradição e a cultura do brasileiro, isso tudo se torna uma necessidade histórica: unificar a esquerda e o campo democrático no Brasil pra barrar Bolsonaro e o bolsonarismo. Nós vamos lutar para a eleição do Lula no primeiro turno!

O que representa para o país essa eleição que elegerá um senador catarinense, neste momento de compromisso com a democracia?

Observando as candidaturas concorrentes neste pleito de 2022, concluo que existem vários tons de bolsonarismo. A nossa candidatura é a única em Santa Catarina historicamente vinculada com os valores e princípios da esquerda democrática. É uma candidatura Lula de verdade. Uma candidatura democrática de verdade. Nós não apoiamos o golpe de 2016, não concordamos com a política econômica neoliberal que tem os três senadores catarinenses ajoelhados aos pés de Paulo Guedes, o “maestro” do neoliberalismo. Não concordamos também com o teto de gastos, com a reforma trabalhista, com os ataques constantes à Amazônia e ao meio ambiente.

Quais são as propostas principais da candidatura Afrânio Boppré para o Senado?

Desenvolvemos vários eixos. Primeiro, não sou o candidato que aparece em cima da hora pra dizer que vai se comprometer. Nós temos uma história de compromisso com a luta e com uma pauta bem definida. Nossas propostas estão assentadas na defesa da democracia, o primeiro eixo. Também no desenvolvimento da ciência, da pesquisa, na valorização das nossas universidades públicas, dos institutos federais e da educação como um todo. Também temos o eixo da defesa do meio ambiente, para cuidar das nossas águas, da Mata Atlântica, da Amazônia, na defesa das terras indígenas. Também queremos dizer que é preciso repensar o modelo de desenvolvimento econômico do nosso país. O estado brasileiro vem sendo saqueado, as grandes empresas públicas estão na berlinda para serem privatizadas, como o sistema Eletrobrás, que é inegociável. Não podemos aceitar a sua venda. E nem o que estão fazendo com a Petrobrás. E também com empresas estaduais de saneamento, como é o caso aqui da nossa Casan, que precisa ser apoiada. Todos os nossos eixos de trabalho, propostas e lutas para o Senado estão detalhados no site afranio.org.br. Vale a pena dar uma olhada.

Qual a grande diferença entre a sua candidatura ao Senado e as outras dos demais partidos?

A grande diferença é que as demais compõem os vários tons do bolsonarismo. Os três senadores atuais votaram favoráveis às principais ações do governo Bolsonaro, contra o povo brasileiro. Se eu já estivesse lá, não votaria, por exemplo, no impeachment da presidenta Dilma. Não votaria, também, na reforma trabalhista, na definição do teto de gastos que, para mim, são valores fundamentais. Então, a principal diferença é que nós temos um compromisso com a democracia, com os movimentos sociais. Quero ser um senador de esquerda pra dar apoio e sustentação orgânica ao governo Lula e fazer as transformações que o Brasil precisa.

Quais são as diferenças entre o que está sendo feito atualmente e o que o sr. propõe para um senador que represente de verdade Santa Catarina?

A principal diferença é não ser um senador chapa branca. Aquele que se vincula ao governo por interesses pessoais e empresariais. Meu vínculo é com a democracia, com a luta pela educação de verdade, por saúde de verdade, por um meio ambiente de verdade. Não vamos fazer negócios envolvendo a ação parlamentar. Ao contrário, vamos defender a ética e o compromisso com a sociedade.

 

Foto Hiago Silva

Candidato ao Senado Afrânio Boppré (PSOL) e a primeira suplente Miriram Prochnow (Rede)

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