Passados os efeitos iniciais do tsunami político-judicial causado pelas delações da Odebrecht, líderes atingidos direta ou indiretamente iniciam o processo de reação, conforme manda a cartilha do marketing: instituindo a chamada agenda positiva.
Michel Temer foi a campo quase que imediatamente, afirmando que o país – sobretudo as reformas que seu governo propõe – não podem parar no vácuo da lista de Fachin e das citações aos mais variados políticos pelos delatores da empreiteira. Isso ainda na semana passada.
O presidente reuniu líderes e assessores no fim de semana na tentativa de não deixar as propostas que tramitam no Congresso naufragarem nos propinodutos que vêm à tona.
Raimundo Colombo segue a mesma receita. Viajou ontem a Brasília em busca de recursos. Falou-se em captar R$ 1,5 bilhão. Mas se o governador voltar do Planalto Central com os R$ 750 milhões do Fundam II já estará soltando foguetes!
Espeto de pau
Em casa de ferreiro é tiro no pé. Assim age o presidente Temer ao convocar a sociedade a participar do sacrifício das reformas previdenciária e trabalhista, sem a mínima contrapartida. O peemedebista pretende aprovar as mudanças com o atual gabinete que o cerca, cuja condição de permanência deixou de existir desde a semana passada (excluindo-se desta lista a equipe econômica). Além da questão ética e moral, há também o dia a dia do governo. A queda de boa parte ou mesmo da totalidade dos ministros delatados é questão de tempo. Erra duplamente, portanto, o presidente.
Bate-pronto
A defesa de Lula da Silva, malandramente, só pra variar, arrolou 87 testemunhas de defesa no caso do terreno para a construção do instituto que leva o nome do ex-mito. Clara manobra protelatória. O juiz Sérgio Moro, que tem o processo sob sua jurisdição, reagiu à altura. Determinou que o ex-metalúrgico compareça a todas as oitivas (muito embora isso não vá acontecer). Mas o recado é cristalino: o cerco se fecha sobre o guru da “esquerda” do Sul do Mundo.
Neo trabalhista
Ex-deputado estadual de dois mandatos, Renato Hinnig assumiu a presidência estadual do PTB. O projeto é revigorar a sigla em Santa Catarina, lançando candidatos proporcionais no ano que vem, tendo como meta conquistar 200 mil votos. Hinnig conta com o respaldo do presidente nacional, Roberto jefferson.
Bônus e ônus
A SC-477, que liga o Alto Vale, via Doutor Pedrinho, ao Norte do Estado, desembocando em Papanduva, está em obras. Ótima notícia. É uma antiga reivindicação. Mas vistoriando o local com a prefeita Simoni Nones e o presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, o deputado Aldo Schneider, vice-presidente da Alesc, constatou que a prefeita alimenta uma grande preocupação: o aumento substancial do tráfego de veículos no perímetro urbano do município!
Frase
“Hoje é impossível um produtor fazer um silo funcionar com um motor monofásico”. Deputado Natalino Lázare, presidente da Comissão de Agricultura da Alesc, alertando para a necessidade, urgente, de troca da rede de eletrificação rural para o sistema trifásico.
Lona
Não é só o PT que está quase a nocaute no atual contexto. O PSDB também foi atingido no coração. Seu trio de grão-tucanos Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves está no olho do furacão Odebrecht.
Expectativas
Será que Eduardo Cunha vai fechar acordo de delação premiada? Ele atuou como poucos nos meandros da política nacional e do próprio PMDB.