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AGROINDÚSTRIA BUSCA ALTERNATIVAS PARA RETOMAR CRESCIMENTO

A agroindústria catarinense triplicou as exportações nos últimos 15 anos e em 2016 apresenta saldo comercial superavitário de US$ 1,6 bilhão. No ano passado o setor respondeu por 38% dos investimentos totais da indústria do Estado. Os dados foram apresentados pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, nesta terça-feira (13), em Chapecó, durante reunião da Câmara de Desenvolvimento da Agroindústria da entidade. “Maior produtor nacional de carne suína e segundo em frangos, o agroalimento catarinense é um verdadeiro patrimônio não só do Estado, mas do Brasil. Precisa receber um olhar diferenciado, sobretudo, a região Oeste de Santa Catarina, pelas dificuldades logísticas que, ano após ano, enfrentamos”, disse Côrte. Ele propôs a realização de reunião do Fórum Parlamentar Catarinense em Chapecó para avançar na construção de uma agenda voltada à solução dos desafios da agroindústria.

Infraestrutura, abastecimento de grãos, legislação trabalhista, produtividade do trabalhador, mercado interno prejudicado pela queda do poder de compra e a oscilação do dólar são as principais questões que preocupam as lideranças do agronegócio, resumiu o presidente da Câmara,  Mario Lanznaster. Ele citou o exemplo da Aurora, empresa que preside, e demanda diariamente 180 carretas de milho. Em Santa Catarina a saca do grão custa R$ 42, contra R$ 26 nos Estados Unidos. “Como competir, produzindo carne para exportar para Rússia, China e para o mundo”?, questionou, salientando o atual descompasso entre as margens baixas da agroindústria e dos produtores de grãos. “Se tivermos o preço internacional, podemos competir, mas muitas empresas já estão em dificuldade, até em recuperação judicial”, completou, acrescentando que a crise demorou, mas chegou ao agronegócio.

Ao detalhar os desafios do setor, Lanznaster exemplificou a complexidade logística, com os esforços feitos pela Aurora para usar a navegação de cabotagem (pela costa brasileira) para fazer chegar ao Nordeste seus produtos em condições mais competitivas. “Mas precisaria de menos burocracia”, alertou. “Alguém paga pelo caminhão que circula. Um trem faria muito bem. Seria muito menos gente e acidentes nas estradas, com redução de custos”, acrescentou. Ao falar sobre os custos da força de trabalho, informou que uma frota de 300 ônibus transporta trabalhadores para as fábricas, fazendo em média 56 quilômetros diariamente e gerando um custo de R$ 272, por trabalhador, totalizando mais de R$ 2 milhões mensais para a Aurora.

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