Manchete

Água e óleo

O PSD reuniu-se, esta semana, em Joinville com lideranças do Partido Novo. Na verdade, foi um convescote, um almoço, mas que teve como ponto alto a assinatura de um documento firmando compromisso de apoio – uma carta de intenções – para que as duas legendas possam caminhar juntas. Não apenas em Joinville.
O namoro pode virar noivado e, quem sabe, casamento também em Blumenau, Florianópolis e Chapecó.
Aliás, João Rodrigues, que é candidato à reeleição pelo PSD na maior cidade do Oeste, marcou presença.
Topázio Neto, que também busca a recondução na Capital dos catarinenses, não foi ao Norte na medida em que Florianópolis enfrenta uma situação esdrúxula em função da greve criminosa da Comcap.
Blumenau também esta no mapa do flerte entre Novo e PSD. Evidentemente que a carta sinaliza para 2026, ano de eleições estaduais.

Azeitando

O Novo sempre foi contrário a coligações. Suas lideranças, contudo, vão se enquadrando ao sistema e já admitem alianças eleitorais.

Din-din

Os Novistas, que não são noviços, já assimilam a ideia de fazer uso dos famigerados fundos partidário e eleitoral. Bilhões de dinheiro público que fazem falta na Saúde, na Infraestrutura, enfim. Até então, eram recursos que o Novo sempre devolveu à Justiça Eleitoral. Dá pra dizer então que o Novo já não é mais tão puritano. Está gostando da brincadeira.

Atuação

Apesar da identificação ideológica teórica entre Novo e PSD, convenhamos que há uma grande diferença de perfil de suas lideranças.

Joinville

Vamos nos fixar em apenas dois nomes do Novo. Adriano Silva, empresário bem sucedido e respeitado em Joinville, aonde faz bela gestão. É dono de uma ficha corrida limpa, é ficha limpa.

Semelhanças

Em Blumenau, Odair Tramontin, recém aposentado depois de décadas no Ministério Público, é dono de biografia inatacável.

Hummmm

Esses dois e outras figuras irretocáveis do Novo passam a conviver com o que há de pior na política Santa Catarina. E com conexões na esquerda inclusive.

Bomba

O PSD é pura nitroglicerina. Duas das três principais lideranças da sigla já estiveram presas. Um na Papuda, em Brasília; o outro em prisão domiciliar – estes dois detentores de mandato -; e o terceiro, que é preposto de ambos, por onde passa a Polícia Federal costuma fazer suas visitas.

Figurinha carimbada

Foram os casos de batidas e operações policiais/judiciais em Chapecó, Florianópolis e na presidência da Assembleia Legislativa mais recentemente.

Chapa

Passa a ser, para o Novo, uma convivência meio promíscua. O PSD abrirá mão de uma natimorta terceira candidatura do deputado Darci de Matos em Joinville – ele assumiu em Brasília com a investidura de Ricardo Guidi no primeiro escalão de Jorginho Mello – para apoiar a reeleição de Adriano Silva e Rejane Gambim.

Promiscuidade

Evidentemente que mesmo sem o acordo pré-nupcial Darci de Matos não seria candidato. Sem ele, aliás, os pessedistas não teriam nem nome para indicar o vice na maior cidade do estado. Então até onde o Novo ganha realmente com essa aproximação? Acaba é contaminado!

No Vale

Em Blumenau, a suplente do senador Esperidião Amin, Denise dos Santos, esposa do deputado federal Ismael dos Santos, poderá ser a vice de Odair Tramontin. Ali, considerando-se o fator religioso, a composição pode até contribuir um pouco para o projeto do Novo. Ismael e a mulher são líderes evangélicos.

Alto lá

Em Florianópolis a direção do Novo já largou uma nota deixando claro que não haverá alinhamento automático à reeleição de Topázio Neto.

A reboque

E em Chapecó, onde a chapa já está fechada? João Rodrigues vai à reeleição com Eron Giordani de vice. O que ganha o Novo?

Desequilíbrio

Ou seja, o namoro interessa muito mais ao PSD do que ao Novo no contexto estadual. Os Novistas terão que carregar o peso dos pessedistas que são conhecidos e reconhecidos pela sua forma, digamos, nada convencional de fazer política.

Mergulho

Por fim, chama a atenção a ausência permanente do ex-governador Raimundo Colombo de todas os eventos de filiação de prefeitos ao PSD. Ele também não apareceu em Joinville esta semana para o acordo com o Novo.

Passado e futuro

O sumiço de Colombo guardaria relação com o fato dele estar querendo tomar no tapetão o mandato do senador Jorge Seif ou seria porque o ex-governador sempre deixou muito claro que não concordava com os métodos do deputado Julio Garcia?
Com a palavra, Raimundo Colombo.

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