A necessidade de um tratamento criterioso para a aposentadoria dos trabalhadores rurais, em debate com o projeto da Reforma da Previdência que tramita no Congresso Nacional, foi motivo de pronunciamento do deputado Antonio Aguiar (PMDB) durante a sessão desta quarta-feira (8). O parlamentar pretende mobilizar a bancada federal catarinense para a necessidade de revisão da proposta do executivo, que amplia tempo de contribuição e idade mínima de aposentadoria.
“É preciso levar em conta uma realidade diferenciada, do trabalhador rural em relação ao urbano. No campo, a maioria começa muito cedo, auxiliando nas tarefas da propriedade familiar”, diz Aguiar, retratando especialmente a estrutura minifundiária de Santa Catarina.
O deputado reforça que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) constatou que 70% das mulheres e 78% dos homens começaram a trabalhar antes dos 14 anos. Assim, com a nova proposta de aposentadoria por idade, aos 65 anos para homens e 60 para mulheres, o benefício só será alcançado, respectivamente, com mais de 45, ou ao menos 40 anos de trabalho. “Para quem trabalha muitas vezes sem descanso semanal, no sol e na chuva, no frio e no calor, convenhamos, é uma situação muito difícil” – diz Aguiar. Para ele, o aumento do tempo de trabalho para aposentadoria rural poderá agravar o êxodo do campo. “Muitas famílias já enfrentam dificuldades para manter os mais jovens nas propriedades. Penso que isso deve ampliar a migração para as periferias das cidades”.