Líder da bancada do PSDB no Senado e pré-candidato a disputar novamente o governo de Santa Catarina no ano que vem, Paulo Bauer ofereceu concorrido almoço, em sua casa na Capital, ao governador paulista, Geraldo Alckmin, no sábado, logo depois do encerramento do evento no qual o presidenciável foi a estrela principal. Alckmin palestrou e respondeu a perguntas na Alesc.
À mesa e também na Assembleia, foi possível verificar como o tucano paulista ainda atrai apoiadores em território Barriga-Verde (em 2006, ele fez quase 57% dos votos catarinenses contra Lula da Silva, que estava no auge e conquistou a reeleição). Os dois momentos conseguiram um feito: reunir sob o mesmo teto e em torno da mesma liderança gente graúda de PP, PMDB, PSB e outras legendas. Também marcaram presença lideranças empresariais como os presidentes da Fiesc, Fecomércio, Fetrancesc, Fampesc, ACIF e o coordenador do Movimento Brasil Eficiente, Carlos Schneider. Esperidião e Angela Amin (PP) compareceram ao almoço e à palestra, onde também estava Mauro Mariani (PMDB), adversários de todas as horas, assim como o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, desafeto pessoal dos Amin.
Musculatura
A convergência de lideranças em torno de Alckmin resulta do prestígio do próprio governador e também do senador Paulo Bauer. O clima foi totalmente descontraído. Eleições e alianças? Zero de conversas neste sentido. Ao fim e ao cabo, Geraldo Alckmin, se for mesmo novamente candidato a presidente pelo PSDB, só não poderá contar mesmo com o apoio do PT Barriga-Verde, obviamente, e seus satélites, além de um ou outro partido ou liderança pontual.
Os ausentes
Chamou a atenção, ainda, a ausência de lideranças do PSD nos eventos de Geraldo Alckmin. Raimundo Colombo estava em viagem pelos EUA e só voltou no domingo à noite. Mas o pré-candidato ao governo, Gelson Merisio, não compareceu, assim como nenhuma outro grão-pessedista catarinense. João Paulo Kleinübing ainda está filiado ao PSD, mas só aguarda a abertura de uma janela para assumir o DEM em Santa Catarina.
Distância calculada
Os cardeais do PSD mantiveram distância estratégica dos eventos pró-Alckmin em Santa Catarina. Raimundo Colombo e Gelson Merisio têm entabulado conversas reservadas e de bastidores com o presidenciável tucano. Mas em função da misturança de caciques durante a passagem do paulista pelo Estado, os pessedistas optaram por seguir observando o cenário. O apoio do PSD catarinense ao projeto de Alckmin vai depender das definições do próprio PSDB, tanto em nível nacional quanto no contexto estadual.
PMDB, não!
Se os tucanos estiverem com o PMDB, aqui e lá na corrida eleitoral de 2018, dificilmente o PSD estará no projeto do governador de São Paulo.
Tudo junto e… Misturado
Impressionou a “misturança” de líderes em função da agenda de Alckmin no território catarinense. Foi um negócio impressionante: o casal Amin, Eduardo Moreira, Dário Berger e Mauro Mariani, Paulo Bornhausen, Jorginho Mello, Carmen Zanotto e João Paulo Kleinübing. Até Jorge Konder Bornhausen, hoje na condição de eminência parda, marcou presença!
Drone
Muita gente queria ser um mosquito no sábado, principalmente durante o almoço oferecido por Paulo Bauer a Geraldo Alckmin e lideranças catarinenses. Principalmente para saber como se comportaram desafetos públicos do mesmo partido (Eduardo Moreira e Dário Berger no caso) e o próprio Moreira e Esperidião Amin. Os dois sequer se cumprimentam. Já trocaram inúmeros torpedos públicos e movem ações judiciais entre si.