Mauro Mariani (MDB) vive um dilema neste início de campanha eleitoral. Ele ainda não sabe, não decidiu, na verdade, se dará palanque para Geraldo Alckmin, o presidenciável tucano, em Santa Catarina. Na verdade, o próprio Alckmin, que fez mais votos do que Lula da Silva no Estado, quando o petista se reelegeu presidente em 2006, está, digamos, meio solto, meio no ar na campanha estadual. Faltam parceiros.
O MDB de Mariani vai pedir votos pelo tucano? Ou só o PSDB catarinense, aliado do Manda Brasa e de Mariani, fará as honras da casa a Alckmin? São perguntas sem respostas até aqui. No outro lado, até agora somente Paulo Bornhausen, que pilota o PSB, partido que ficou fora da majoritária mas é aliado de Gelson Merisio, anunciou que está de corpo e alma no projeto do candidato a presidente do PSDB.
O PSD de Merisio e o PP de Esperidião Amin já deixaram muito claro que, pelo menos no primeiro turno, não vão dar o suporte ao ex-governador de São Paulo na corrida presidencial. O DEM de João Paulo Kleinübing anda fazendo cara de paisagem.
JKB no circuito
Só agora vazou que, justamente pelo fato de estar tudo assim, meio dito pelo não dito, que o ex-governador e ex-senador Jorge Konder Bornhausen esteve com o governador Eduardo Moreira no meio da semana passada. JKB foi dar uma cobrada, uma pressionada para saber se o MDB ofertará o palanque ao tucano paulista.
E vocês?
Moreira não se fez de rogado e jogou a batata quente de volta ao interlocutor ilustre. O governador quis saber como está o palanque de Alckmin no contexto da aliança PSD-PP-DEM e PSB. Como já foi dito aqui, somente Paulo Bornhausen está pedindo voto para Alckmin. Ao fim da conversa, ficou tudo meio assim de novo. Continua o dito pelo não dito, tudo meio no ar, um ar que está carregado em função disso.
Na rota de Bolsonaro
Os petardos de Jorge Bornhausen na direção de Merisio, na entrevista concedida ao colega Marcos Schettini, estão neste contexto. Ao fim e ao cabo, as declarações de JKB, tentando acertar o candidato do PSD ao govenro, podem favorecer Merisio, empurrando-o definitivamente para os braços de Jair Bolsonaro, o líder de todas as pesquisas em Santa Catarina.
Atravessada
Após chegar atrasado no ato de desagravo público, realizado pela OAB/SC no dia 12 de julho, contra os ilegais provimentos da Corregedoria do TRT12 que violaram as prerrogativas da advocacia trabalhista em todo o Estado, um dos dirigentes da entidade iniciou, nesta segunda-feira (3/9), uma atrasada negociação pela revogação dos dispositivos.
Eleições na OAB
A iniciativa, que pareceu eleitoreira, repercutiu mal na classe, pois os provimentos já se encontravam suspensos há mais de mês pelo Conselho Nacional da Justiça, por ação da Seccional Catarinense, Instituto dos Advogados de SC (IASC) e Associação Catarinense dos Advogados Trabalhistas (Acat). Para a advocacia, soou como pegar carona na vitória obtida pelas entidades após extenso trabalho que passou sobretudo pela tentativa de diálogo com o TRT. Nenhuma das entidades, aliás, foi oficialmente procurada a respeito destas negociações sobre a revogação.