Alinhamento federal
O governador Jorginho Mello deu mais uma demonstração de que sequer passa pela sua cabeça a ideia de se afastar do ex-presidente Jair Bolsonaro, ou dar as costas ao PL, partido que o elegeu governador e muito menos buscar uma aproximação política com o governo Lula da Silva.
A relação deverá ser, como tem que ser, institucional entre o Estado e a União. Respeitosa e republicana, evidentemente.
Ele como governador reivindicando legitimamente por Santa Catarina.
O catarinense deixou de comparecer ao evento de lançamento da Escola de Negócios da Fiesc, que contou com a presença do presidente da CNI, Robson de Andrade, justamente porque foi convidado para a posse de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher. No dia do aniversário do marido, o ex-presidente. De um simbolismo indiscutível a presença do catarinense.
Jorginho vai buscar a estruturação mais efetiva do seu parido no estado, projeto que passa pelas eleições do ano que vem.
Logo ali
Já projetando a reeleição alinhado ao conservadorismo. Já tem 11 deputados estaduais, seis federais, um senador e alguns prefeitos. Além do governador e da vice.
Bastidores da Fiesc
Também chamou a atenção no evento da Fiesc, as conversas de natureza política e eleitoral. Muitos interlocutores falaram com muita frequência em torno do desembarque de Raimundo Colombo do PSD.
História
O ex-governador foi fundador da legenda, que sucedeu o DEM, que por sua vez surgiu da extinção do PFL. Colombo militou em todos esses partidos. O destino do líder serrano seria o PP, que diminuiu na última eleição e terá o senador Esperidião Amin com 79 anos ao final do mandato.
PP em dificuldades
O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, está preso. Enfim, há espaço no PP. Em compensação, Colombo enfrenta uma situação de desconforto no PSD. O partido deu um apoio meio tímido, pra não falarmos outra coisa, não fez a menor força pela eleição dele ao Senado em 2022.
De fora
Gean Loureiro, do União Brasil, mereceu muito mais atenção e apoio de lideranças do PSD do que o próprio Colombo.
Aliados
Outro aspecto: o PSD foi entregue a Eron Giordani, aliado do deputado Julio Garcia. Os dois trabalham por João Rodrigues quando o assunto é projeto majoritário estadual em 2026.
Motivação
Por que o ex-governador permaneceria ano PSD. Sua assessoria descarta essa possibilidade, mas as conversas existem. Colombo pode estar vislumbrando até uma candidatura ao governo contra Jorginho Mello.
Manda Brasa
O governador, a seu turno, sinaliza claramente na direção do MDB como parceiro preferencial. Até porque é um partido maior em Santa Catarina. O PP teria que buscar alguma alternativa.
Desunião
Também porque o União Brasil está esvaziado e Gean Loureiro pode acabar no PSD.
Por ora, Jorginho só tem como adversário Adriano Silva, prefeito de Joinville, caso o nortista seja reeleito, o que é a tendência hoje.